
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma que planeja rever as indicações de embaixadores feitas pelo Jair Bolsonaro (PL) ao Senado. Há pelo menos 15 embaixadores já apresentados formalmente pelo atual presidente que tiveram as sabatinas canceladas por conta da campanha eleitoral.
Na manhã da última sexta-feira (4), o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, telefonou para o ex-chanceler Celso Amorim, um dos articuladores da equipe petista. Sobre a conversa, ficou acertado que eles voltarão a se falar para discutir detalhes da transição e dos novos representantes do País no exterior. Com informações do Estadão.
“Estou atento à situação. É um assunto delicado e teremos que analisar enquanto a transição progride”, disse Celso Amorim. “As pessoas compreendem o que é necessário para que a coisa seja tranquila. Não queremos antagonizar ninguém, mas obviamente o embaixador é o representante pessoal do presidente da República. São cargos de confiança. Tudo vai se passar de modo civilizado, as providências que tiverem que ser tomadas serão tomadas, sem nenhum espírito persecutório.”
Confira as sabatinas pendentes:
A bancada do PT e senadores alinhados a Lula, inclusive no Centrão, tinham o receio de que senadores ligados ao Palácio do Planalto tentassem impor uma aprovação às pressas de nomes alinhados ao bolsonarismo. Isso faria com que Lula fosse obrigado a reverter as nomeações a partir de janeiro, o que implicaria em custo político e despesas.
No entanto, ainda que parciais, a expectativa é de mudanças na lista no Itamaraty. Caso não houver acordo para retirada de parte dos nomes até o fim de novembro, a bancada do PT no Senado já prepara duas ações. A equipe do senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da comissão, defende que as sabatinas sejam suspensas. Da lista, devem ser revistos Buenos Aires, Organização Mundial do Comércio (OMC), Haia, Santa Sé e Roma, que para a equipe petista, são vistos como cargos sensíveis.
Vale destacar também que além de rever indicações, o novo governo ainda promoverá uma série de mudanças de titulares que estão em atividade em postos estratégicos. O de Washington é o principal, representação chefiada por Nestor Forster Jr, diplomata identificado com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Também deverá haver troca em Buenos Aires e na representação da ONU, em Nova York.