Em meio a novos desdobramentos da crise política na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste domingo com Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, no Palácio da Alvorada.
Maria Laura, que ocupa o segundo posto mais alto no Itamaraty, discutiu com o presidente questões relacionadas à diplomacia e à situação política na América Latina. O ministro Mauro Vieira, chefe da pasta, está em viagem ao Oriente Médio, deixando a condução das atividades do ministério a sua adjunta.
Entre os temas abordados, a dupla discutiu a preparação para a Assembleia Geral da ONU, marcada para este mês de setembro. Durante o evento, Lula planeja promover encontros com presidentes progressistas em defesa da democracia. Também está em pauta um encontro entre chanceleres no âmbito do G20, com foco na reforma da governança global. A reunião na ONU será uma oportunidade para o Brasil reforçar seu papel nas discussões internacionais, principalmente em questões ligadas à política global e às reformas institucionais.
Paralelamente, o governo brasileiro reagiu com surpresa à recente decisão da Venezuela de revogar o consentimento para que o Brasil continue representando os interesses da Argentina no país. A posição brasileira, no entanto, é de que permanecerá na custódia dos interesses argentinos até que outro país seja designado para a função. Essa mudança foi comunicada pelo governo de Nicolás Maduro de maneira unilateral e sem aviso prévio, gerando tensões diplomáticas.
O local sob custódia do Brasil é um ponto sensível na crise venezuelana, abrigando seis colaboradores da líder de oposição María Corina Machado. Eles são acusados pelo regime chavista de terrorismo, o que acirra ainda mais o clima de repressão política no país. O governo Maduro tem sido alvo de críticas internacionais pela maneira como lida com seus opositores, o que reforça o isolamento diplomático da Venezuela.
Além disso, a situação política da Venezuela se agravou com a saída do ex-candidato da oposição Edmundo González, que fugiu para a Espanha em busca de asilo. Ele é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Ministério Público venezuelano, sendo acusado de cinco crimes. A fuga de González evidencia o ambiente hostil enfrentado pela oposição venezuelana.
As informações são do jornal O Globo.
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