O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou fortemente nesta quinta-feira (15) o Banco Central (BC) por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. A declaração ocorreu durante seu discurso ao final da reunião ministerial, que durou mais de nove horas. Com informações do O GLOBO.
De acordo com presentes, o petista disse que antes da autonomia a responsabilidade pelas decisões do BC eram do presidente da República e, agora, após a aprovação da autonomia, “é do Senado”.
Lula ainda afirmou que os senadores “deveriam ler a lei autonomia do Banco Central” para saber que a direção da instituição tem outros compromissos com o país além da redução da inflação.
Durante a reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a manutenção dos juros é uma “alienação do BC”.
Após o comentário, Haddad foi interrompido pelo ministro Renan Filho (Transportes), que brincou que a alta da Selic está tão escancarada que “até Haddad e Simone Tebet [ministra do Planejamento] falam mal da taxa”.
Na saída da reunião, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido–AP), disse que considera a atuação de Roberto Campos Neto, presidente do BC, como “ideológica”.