Lula se irrita com os 12 votos do PT a favor da PEC da Blindagem

Atualizado em 18 de setembro de 2025 às 8:43
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) demonstrou forte irritação com os 12 deputados do partido que votaram a favor da PEC da Blindagem, aprovada na Câmara na noite de terça-feira (16), conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo. A proposta obriga que Câmara ou Senado deem aval para a abertura de processos criminais contra parlamentares.

Segundo um ministro palaciano, “o presidente não quer ouvir falar dos 12 deputados que votaram a favor da PEC”. Integrantes do governo afirmam que Lula ainda avalia algum tipo de reprimenda aos parlamentares que desobedeceram a orientação do partido.

Os deputados

Os nomes que contrariaram a posição oficial foram: Paulo Guedes (MG), Odair Cunha (MG), Merlong Solano (PI), Leonardo Monteiro (MG), Kiko Celeguim (SP), Jilmar Tatto (SP), Florentino Neto (PI), Flávio Nogueira (PI), Dr. Francisco (PI), Dilvanda Faro (PA), Alfredinho (SP) e Airton Faleiro (PA).

A maioria justificou o voto afirmando que a medida foi uma contrapartida para garantir avanço em pautas importantes do governo e também uma estratégia para derrotar a urgência da proposta de anistia em tramitação na Câmara.

Plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17)
Deputados durante análise da urgência do projeto da anistia nesta quarta-feira (17). Foto: Reprodução

Posição contrária de Lula

Em entrevista à BBC na última quarta-feira (17), Lula deixou clara sua posição contrária: “Se eu fosse deputado, eu seria contra e votaria contra. Acho que a maior blindagem que as pessoas precisam é ter um comportamento sem cometer nenhum ilícito na vida. É desagradável ver pessoas tentando se blindar, inclusive colocando o presidente do partido. Ficou uma coisa muito esquisita para a sociedade brasileira compreender.”

Em conversas com aliados, Lula explicou que a base foi liberada porque o tema é de competência do Legislativo. No entanto, o presidente reforçou que fez questão de marcar sua posição pessoal contra a proposta e que considerou um erro político o apoio de parte da bancada petista.