Lula sinaliza o retorno do Mais Médicos e pede “revolução cultural” em reunião ministerial

Atualizado em 6 de janeiro de 2023 às 15:46
Lula em primeira reunião ministerial
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta sexta-feira (6) antes da reunião ministerial. Ele citou a relação que quer estabelecer com o Congresso, acenou ao agronegócio, mandou recado para os ministros e mencionou investimentos que pretende fazer em áreas como educação, saúde e cultura

No recado aos ministros, Lula disse que quem fizer algo errado “será convidado a deixar governo”, mas prometeu “não deixar ninguém na estrada”.

“Todo mundo sabe que a nossa obrigação é fazer as coisas corretas, é fazer as coisas da melhor forma possível. Quem fizer errado, sabe que só tem um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria justiça”, afirmou Lula. “Estejam certos que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada. Não deixarei nenhum de vocês”, acrescentou.

Lula deixou claro que não tem vergonha de ter escolhido parte de sua equipe com acordos políticos e pontuou que a orientação para seus ministros é de que mantenham suas portas abertas para membros do Congresso, destacando que os ministros “têm a obrigação de manter harmonia” com os demais poderes.

O presidente ainda aproveitou o momento para mencionar os presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara Arthur Lira, dizendo que quer vai ter uma importante relação com o Congresso Nacional. “Quero dizer aos líderes que dessa vez vocês não se preocupem que vocês vão ter um presidente disposto a fazer quantas conversas forem necessárias com as lideranças, com os partidos políticos, com o presidente Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) e Arthur Lira (presidente da Câmara). Não tem veto ideológico para conversar nem assunto proibido em se tratando de coisa boa para o povo brasileiro”, declarou.

Com uma frente ampla, Lula também fez um aceno aos integrantes do governo que tem posições distintas das defendidas por integrantes do PT. “Nós não somos um governo de um pensamento único, não somos um governo de uma filosofia única, não somos um governo de apenas pessoas iguais. Nós somos um governo de pessoas diferentes e o que é importante é que a gente, pensando diferente, tem que fazer o esforço para que no processo de reconstrução desse país, a gente pense igual, a gente construa igual”, afirmou.

O principal nome que representa essa frente ampla no governo é o de Simone Tebet, ministra do Planejamento, que disse ter divergências com a equipe econômica.

Lula fez ainda um aceno ao agronegócio, citando o novo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, como “empresário de verdade”, preocupado com a preservação ambiental. Ele também reforçou que irá combater atividades ilegais e pregou o respeito à demarcação das terras indígenas.

“Agora aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida”, disse.

Ao falar sobre Saúde, Lula relembrou projetos de suas gestões anteriores, indicando que deve retomá-los. Um dos dele é o “Mais Médicos”, que tinha como objetivo suprir a carência de profissionais da saúde em partes periféricas das cidades e no interior do país.

Na área da Educação, Lula falou sobre a escolha de Camilo Santana como ministro e disse que pesou na decisão os resultados apresentados pelo estado do Ceará na área durante o período em que Santana era governador. Ele também adiantou que pretende se reunir com o ministro na próxima semana, para discutir a retomada de obras paradas nas gestões anteriores.

Ao final do discurso, Lula mencionou o Ministério da Cultura e a nova chefe da pasta, Margareth Menezes, pedindo para que ela se preparasse para os próximos desafios. “Margareth se prepare, porque nós vamos ter que fazer uma revolução cultural nesse país”, declarou.

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