
O presidente Lula deu sinais claros de que o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é o favorito para ocupar a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso. Com informações do Estadão.
Segundo relatos de auxiliares próximos, Lula afirmou a aliados que Messias está “maduro” para integrar a mais alta Corte do país e que sua escolha não seria apenas uma “aposta”, mas uma decisão pautada em confiança e preparo técnico.
De acordo com fontes do Planalto, Lula já foi informado por Barroso sobre sua saída e, desde então, tem conversado com interlocutores políticos sobre a sucessão no STF. O presidente reconhece que enfrentará pressões para nomear outros nomes, inclusive uma mulher, mas indicou que dificilmente mudará de opinião.
Messias, que o acompanha desde o início do atual governo, é considerado de extrema confiança do petista, além de contar com o apoio de figuras influentes como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Nesta quinta-feira (9), Messias viajou com Lula para Salvador, onde tiveram uma conversa reservada. Embora o teor do diálogo não tenha sido divulgado, auxiliares afirmam que o tema da sucessão no STF foi abordado. O advogado-geral da União é evangélico e possui perfil conciliador, o que agrada tanto à base do governo quanto a setores moderados do Congresso e do Judiciário.

Em 2023, o nome de Messias já havia sido cotado para o Supremo, mas Lula acabou escolhendo Flávio Dino para a vaga deixada pela ministra Rosa Weber. Na época, o presidente justificou que o então ministro da Justiça possuía um perfil jurídico e político mais adequado ao momento.
Agora, com o novo espaço aberto na Corte, o cenário é considerado mais favorável a Messias. Para o grupo Prerrogativas, que reúne juristas próximos ao PT, o nome do advogado-geral da União é uma escolha natural.
“Messias é uma pessoa talhada para o cargo. Ele tem a confiança do presidente, da base aliada, dos juristas progressistas e até de setores evangélicos”, disse Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo. Ele destacou ainda que, diante do ambiente político conturbado, a escolha de Lula para o Supremo será decisiva para a estabilidade institucional.
Conhecido por sua capacidade de diálogo, Messias costuma brincar dizendo ser “terrivelmente pacificador”, em alusão à frase de Jair Bolsonaro sobre nomear um ministro “terrivelmente evangélico” ao STF. O comentário reflete seu estilo de atuação: técnico, discreto e voltado à negociação.
Esse perfil, avaliam aliados, é o que Lula busca em um momento em que o Supremo tem exercido papel crucial na governabilidade. Enquanto isso, outro nome ainda circula nos bastidores de Brasília: o do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Com o apoio do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Pacheco é visto como uma alternativa de peso político, mas Lula insiste para que ele dispute o governo de Minas Gerais em 2026, um movimento estratégico para fortalecer sua base eleitoral no segundo maior colégio do país.