Lula vai pela primeira vez à Argentina de Milei para assumir presidência do Mercosul

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 13:22
O presidente Lula durante discurso na 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul. Foto: Reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta semana para Buenos Aires, onde participa da Cúpula do Mercosul nos dias 2 e 3 de julho. Será a primeira visita oficial de Lula à Argentina desde a posse do presidente Javier Milei. O evento marcará também a passagem da presidência rotativa do bloco para o Brasil, que coordenará os trabalhos do Mercosul até o fim de 2025.

Entre os principais temas da cúpula estão a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, a ampliação da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC), e propostas de integração econômica nos setores automotivo e açucareiro. O governo brasileiro defende que o bloco adote uma política industrial mais integrada e flexível, com vistas à redução de barreiras internas e maior competitividade regional.

Outro ponto central da agenda é a segurança pública. O Brasil pretende propor medidas de cooperação entre os países para o enfrentamento do narcotráfico e do crime organizado, especialmente nas áreas de fronteira. Segundo o Itamaraty, um dos exemplos dessa colaboração foi a prisão recente de um integrante do PCC na Bolívia, em ação coordenada entre autoridades regionais.

Com Lula liderando negociações, Mercosul fechou acordo com União Europeia. Foto: reprodução

A cúpula também terá foco ambiental. Será lançado o programa Mercosul Verde, voltado à promoção da agricultura de baixo carbono e à expansão das exportações sustentáveis. Uma declaração conjunta deve ser apresentada na COP30, reforçando o compromisso dos países do bloco com o enfrentamento das mudanças climáticas.

A entrada da Bolívia, aprovada no ano passado, também estará em pauta. O Brasil pretende incentivar a rápida adequação do país às normas do bloco, incluindo a adesão à Tarifa Externa Comum. A incorporação plena da Bolívia é vista como estratégica para a integração sul-americana.

Criado em 1991, o Mercosul enfrenta hoje desafios como burocracia, assimetrias econômicas e disputas internas. Para o governo brasileiro, o fortalecimento do bloco é essencial para manter o protagonismo regional, aumentar o comércio de produtos de valor agregado e fomentar o desenvolvimento industrial sul-americano.