Lula viaja à Celac em meio a pressão dos EUA no Caribe e crise com Venezuela

Atualizado em 8 de novembro de 2025 às 12:44
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou Belém neste sábado rumo a Santa Marta, na Colômbia, onde participa no domingo da quarta Cúpula da Celac. O encontro reúne 33 países da América Latina e do Caribe, além de representantes da União Europeia. O governo brasileiro vê o momento como crucial devido à escalada de tensões envolvendo os Estados Unidos e a Venezuela. As informações são da CNN Brasil.

A militarização do Caribe pelos Estados Unidos deve ser o tema central da reunião. Washington enviou recentemente o porta-aviões USS Gerald R. Ford para a região e realizou ataques contra embarcações acusadas de transportar drogas, deixando cerca de 70 mortos. O Pentágono não detalhou quem são as vítimas nem a quantidade de drogas apreendidas, o que provocou críticas internacionais.

Destróier USS Gravely, destacado pelos EUA para seguir em direção à Venezuela — Foto: Arte/O Globo

A ofensiva americana também alcançou áreas próximas à Venezuela, ampliando a crise entre Caracas e Washington. Nicolás Maduro afirma que vive sob ameaças há 14 semanas e acusa os Estados Unidos de buscar uma intervenção direta. A Casa Branca mantém a posição de que Maduro lidera um cartel, acusação rejeitada pelo governo venezuelano.

A ONU classificou como inaceitáveis os ataques realizados pelos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico, aumentando a pressão sobre a Celac para tratar do tema de forma coordenada. A participação de Lula ocorre em meio a esse cenário e reforça a tentativa brasileira de defender a estabilidade regional.

Além da pauta de segurança, a cúpula deve retomar debates sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou estar confiante na assinatura do tratado ainda este ano, após meses de negociações travadas.

Segundo a Secom, Lula retorna a Belém no próprio domingo para comandar a abertura da COP30 no dia 10. A agenda marca uma sequência de compromissos internacionais em que o governo busca unir discussões ambientais e diplomacia regional.