
O presidente Lula participará, no dia 13 de outubro, do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A viagem reforça a agenda internacional do governo voltada à erradicação da fome e ao combate à pobreza, temas centrais da presidência brasileira no G20.
Segundo o Itamaraty, Lula participará da cerimônia de abertura e, em seguida, da reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O convite foi feito em julho pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, em telefonema no qual informou a Lula que o Brasil havia deixado o Mapa da Fome.
O encontro em Roma também marcará uma reunião bilateral entre o presidente e o dirigente da FAO, além da possível realização de outras agendas diplomáticas. “Foram também cogitados outros encontros bilaterais [durante o Fórum], mas tudo ainda está sendo avaliado pela equipe do presidente”, afirmou o diretor de Projetos de Segurança Alimentar do Itamaraty, Saulo Arantes Ceolin, durante coletiva nesta quarta-feira (8).
Além do Fórum, Lula participará da inauguração do espaço que abrigará os mecanismos de apoio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, antes de retornar ao Brasil ainda no mesmo dia. A iniciativa nasceu de uma proposta brasileira no âmbito do G20 e busca acelerar políticas de erradicação da miséria e de redução das desigualdades em países em desenvolvimento.
De acordo com Ceolin, a Aliança Global reúne quase 200 membros, entre países e organizações multilaterais, universidades e bancos de desenvolvimento, que atuam no financiamento de projetos sociais e alimentares. Há 13 novos pedidos de adesão, vindos principalmente de países da África, América Latina, Sudeste Asiático e Oriente Médio. “Sete deles, do continente africano; dois da América Latina e Caribe; três do sudeste asiático; e um do Oriente Médio”, detalhou.

O diplomata destacou que seis desses países já têm planos de ação finalizados, Etiópia, Haiti, Quênia, Palestina, Ruanda e Zâmbia, com foco em programas de alimentação escolar, nutrição materna, transferência de renda e incentivo à agricultura familiar. “Temos a expectativa de que três ou quatro países tenham seus planos aprovados”, disse Ceolin.
Os primeiros resultados da Aliança devem ser apresentados em novembro, durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social da ONU, que marcará sua primeira reunião de alto nível. Segundo o Itamaraty, a ideia é que os planos nacionais de combate à fome sirvam de base para futuras parcerias entre governos e agências internacionais.
O governo brasileiro também pretende levar à COP30, que será realizada em Belém, uma proposta de declaração conjunta sobre combate à fome, à pobreza e às mudanças climáticas. “O documento está sendo preparado sob a coordenação da missão brasileira em Nova York”, afirmou Ceolin.
Com a participação no Fórum da FAO, Lula busca consolidar o papel do Brasil como referência mundial em políticas de segurança alimentar e no diálogo entre desenvolvimento econômico e justiça social, dois eixos que o governo quer destacar durante sua presidência do G20.