“Luta contra aquecimento global é indissociável da luta contra pobreza”: como foi o discurso de Lula na COP 27

Atualizado em 16 de novembro de 2022 às 13:57

Na manhã desta quarta-feira (16), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP27, em Sharm El Sheikh, no Egito. Lula destacou que “o mundo sente saudade do Brasil” e que “a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra pobreza”.

Durante seu pronunciamento, o presidente eleito solicitou às Nações Unidas que o Brasil seja o país anfitrião do evento em 2025. Lula foi para a COP27 acompanhado pela deputada federal Marina Silva (Rede) e pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Na nova gestão do presidente, ambos têm chances de assumir ministérios importantes.

O petista iniciou suas declarações agradecendo o convite para o evento e disse que não foi feito particularmente para ele, mas “para o Brasil e para o povo brasileiro”. “Esse convite, antes mesmo da posse, é o reconhecimento de que o mundo tem pressa para ver o Brasil de volta nas discussões sobre o futuro do planeta”.

“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada”.

Lula ainda relembrou os avanços feitos em seus governos passados, e lamentou as grandes perdas durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global. Entre 2004 e 2012, reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 75%”

“Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos – no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente”

E complementou dizendo que “a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países” é que sentem saudade do Brasil. “O mundo sente saudade do Brasil”.

O presidente recém-eleito destacou que “o mundo de hoje não é o mesmo de 1945” e falou sobre a necessidade de mais países se tornarem parte do Conselho de Segurança da ONU e “acabar com o privilégio de veto”, que hoje é restrito dado somente para alguns.

“Voltamos para propor uma nova governança global. O mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz”.

Lula ainda comentou que, para seu novo governo, o agronegócio será um aliado. “Temos 30 mi de hectares de terras degradadas, temos conhecimento para torná-las agricultáveis, não precisamos desmatar sequer 1m de terra de florestas para continuarmos a ser um dos maiores produtores do mundo”.

O presidente ainda destacou que o que for decido na COP-27, deverá ser seguido pelos países. “Nós precisamos ter clareza de que nós não podemos ficar prometendo e não cumprindo, senão seremos vítimas de nós mesmos”, afirmou o presidente eleito do Brasil.

Logo após o seu discurso no evento, o presidente fez uma publicação em seu perfil do Twitter.

Se pudermos resumir em uma palavra a contribuição do Brasil neste momento, que essa palavra seja aquela que sustentou o povo brasileiro nos tempos mais difíceis: esperança. A esperança combinada com uma ação imediata e decisiva, pelo futuro do planeta e da humanidade”, disse.

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