Uma pesquisa do Ibespe (Instituto de Planejamento Estratégico) mostra que a maioria dos brasileiros não acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteja sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento indica que 46% da população rejeitam a tese da perseguição, enquanto 40% acreditam que ela existe. Outros 13,6% não souberam responder.
O magistrado é relator no STF da ação penal contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. No dia 4 de agosto de 2025, o ministro determinou a prisão domiciliar do ex-chefe do governo em sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília (DF). O julgamento do caso está marcado para começar em 2 de setembro.
A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 1º e 3 de agosto, com 1.003 entrevistados. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O instituto é dirigido pelo cientista político Marcelo Di Giuseppe e tem histórico de trabalhos para campanhas políticas, incluindo a de Bolsonaro em 2022 e a de João Doria em 2018, que ficou marcada pelo slogan “Bolsodória”.
Regionalmente, o Sudeste é a única área do país em que prevalece a percepção de perseguição: 46,1% acreditam nessa tese contra 45,5% que rejeitam. Já no Nordeste, a visão é oposta: 55,4% afirmam que não há perseguição e apenas 33% dizem que existe.
Em termos de perfil dos entrevistados, a percepção crítica a Moraes é maioria apenas entre jovens de 16 a 24 anos (46% a 41%), pessoas com ensino superior (49,9% a 42,7%) e ateus ou sem religião (44,4% a 44%). Em todas as demais faixas sociais e demográficas, predomina a visão de que não há perseguição.
O levantamento também destaca que entre homens (49,1% contra 35,9%) e entre evangélicos (43,1% contra 40%), grupos nos quais Bolsonaro costuma ter forte apoio, a maioria considera que Alexandre de Moraes não está perseguindo o ex-presidente.