O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou neste sábado (25) que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul só será assinado se os países sul-americanos respeitarem as normas ambientais e climáticas estabelecidas durante o acordo de Paris. Diante de agricultores franceses no Salão Internacional da Agricultura, em Paris, Macron defendeu que as restrições ambientais e sanitárias exigidas dentro da União Europeia valham também para os produtos importados.
“Um acordo com os países latino-americanos não é possível se eles não respeitarem os acordos [do Clima] de Paris como nós, e se eles não respeitarem as mesmas restrições ambientais e sanitárias que impomos aos nossos produtores”, disse o francês durante sua visita à abertura do mais importante evento setorial da França.
O acordo entre a União Europeia e os quatro países do Mercosul, todos importantes exportadores agrícolas, preocupa os agricultores franceses, e os criadores de gado em particular. Eles temem a concorrência da produção mais barata devido à fragilidade da regulação ambiental e trabalhista nesses países.
“Quando são impostas restrições a nossos produtores, devemos impô-las aos alimentos que importamos, o que hoje não acontece de maneira suficiente no nível europeu”, afirmou o presidente francês.
França quer mudar texto
A UE e o Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, concluíram um acordo comercial em 2019 após mais de 20 anos de complexas negociações. No entanto, o acordo não foi ratificado devido à preocupação na Europa com a política ambiental do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que permitiu o avanço do desmatamento da Amazônia e do Cerrado.
As negociações foram retomadas com chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder. Contudo, há discussões sobre a alteração do texto.
No início de fevereiro, o ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, afirmou que o país não estava contente com os termos atuais e pretendia incluir a reciprocidade de normas ambientais no acordo, sobretudo em relação à pecuária.
Os países do Mercosul exportam para a União Europeia quase 200.000 toneladas de carne bovina por ano. O acordo pretende ampliar essa quantidade em cerca de 50%.
Para o acordo passar a valer, todos os 27 países-membros da UE precisam ratificar o documento.
(Com informações da AFP e da Reuters)
Publicado originalmente por RFI.
Bruna Muratori, de 31 anos, e sua mãe, Susane Muratori, de 64, têm sido destaque…
O Estadão manteve na capa da versão online, durante toda a quarta-feira, esta chamada para…
Em declarações recentes, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destacou a viabilidade da utilização…
O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), declarou nesta quinta-feira (9) que…
A recente inundação no Rio Grande do Sul levantou preocupações sobre a disponibilidade de arroz…
A água que saiu do Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, começou a chegar…