
Nesta segunda-feira (17), lideranças europeias se reuniram em Paris para discutir a guerra na Ucrânia e os recentes movimentos diplomáticos envolvendo os Estados Unidos e a Rússia. O encontro, convocado pelo presidente francês Emmanuel Macron, ocorre em um momento crítico, às vésperas do terceiro aniversário do conflito, que começou em 24 de fevereiro de 2022.
O principal ponto de discussão é a possibilidade de um acordo de paz entre os EUA e a Rússia, que tem gerado preocupações entre os líderes europeus e o governo ucraniano. A reunião conta com a presença de autoridades como o chanceler alemão Olaf Scholz, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Na quarta-feira (12), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ter conversado com o líder russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia. No mesmo dia, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que é improvável que o país recupere todo o território perdido desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
Essas declarações levantaram suspeitas de que os EUA estariam negociando um acordo de paz com a Rússia sem a participação direta da Ucrânia. Embora Trump tenha afirmado que a Ucrânia teria “um lugar à mesa” nas negociações, o governo ucraniano se recusou a dialogar com a Rússia antes de traçar um plano com seus aliados.

A possibilidade de um acordo que exclua a Europa das negociações gerou alarme entre os líderes do continente. Especialistas militares alertam que concessões excessivas à Rússia, como a entrega de territórios ucranianos, poderiam comprometer a segurança europeia. Além disso, a falta de consulta prévia aos aliados da Otan antes da conversa entre Trump e Putin causou desconforto.
Para acalmar os ânimos, o secretário de Estado dos Estados Undios, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que a Europa faria parte de quaisquer “negociações reais” para o fim da guerra. Os EUA também enviaram um questionário aos países europeus perguntando quantas tropas cada um poderia disponibilizar para garantir a implementação de um acordo de paz.
Um dos pontos mais polêmicos nas negociações é a condição imposta por Trump de que a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia estaria vinculada a direitos sobre as chamadas “terras raras”. Essas regiões são ricas em minerais valiosos, como manganês, urânio, titânio e lítio, essenciais para a indústria eletrônica.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou preocupação com a possibilidade de que esses recursos, localizados em áreas atualmente ocupadas pela Rússia, sejam entregues a Putin em um eventual acordo. Em entrevista à NBC, Zelensky afirmou que a Ucrânia recusou uma proposta dos EUA sobre as terras raras devido à falta de garantias de segurança.
Em uma mensagem nas redes sociais na sexta-feira (14), Macron destacou a importância de uma paz sólida e duradoura para a Ucrânia, afirmando que a Europa ajudará nesse esforço. Ele também enfatizou a necessidade de fortalecer a segurança coletiva do continente, tornando-o mais autônomo.
Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou no domingo (16) que está pronto para enviar tropas do Reino Unido à Ucrânia como parte de uma missão de manutenção da paz no pós-guerra. Segundo ele, a presença de tropas europeias será essencial para impedir novas agressões de Putin.
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