Maduro acusa EUA de “guerra silenciosa” e critica exercícios militares no Caribe

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 23:33
Os presidentes dos EUA e da Venezuela, Donald Trump e Nicolás Maduro, em montagem de duas fotos
Os presidentes dos EUA e da Venezuela, Donald Trump e Nicolás Maduro – Reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elevou o tom contra os Estados Unidos ao acusar Washington de travar uma “guerra silenciosa” e “criminosa” contra seu país. Em discurso no bairro de Petare, em Caracas, ele criticou os exercícios militares anunciados pelos EUA em Trinidad e Tobago, que começam neste domingo (16). Segundo Maduro, a operação representa uma ameaça direta à estabilidade do Caribe e exige vigilância da população venezuelana em meio ao aumento das tensões regionais. Com informações da CNN Brasil.

Maduro afirmou que Donald Trump avalia opções de ação militar contra a Venezuela e disse que o país não aceitará ser “escravo de gringos”. Ele ressaltou que a defesa nacional depende do povo, e não de “oligarcas ou imperialistas”. O líder chavista também afirmou que a maioria da população está pronta para defender o território “com honra e amor”, enquanto pediu união entre seus apoiadores.

O mandatário ainda dirigiu críticas diretas a Trinidad e Tobago, afirmando que caberá ao país decidir se continuará permitindo que suas águas sejam usadas para “ameaçar a paz do Caribe”. A fala ocorreu em meio a relatos de que Washington ampliou sua presença militar em pontos estratégicos próximos ao território venezuelano.

Destróier USS Stockdale (DDG 106) no Mar do Caribe, em 29 de setembro de 2025
Destróier USS Stockdale (DDG 106) no Mar do Caribe, em 29 de setembro de 2025 – US Navy

Do outro lado, a líder da oposição, María Corina Machado, divulgou uma mensagem conclamando apoiadores de Maduro — especialmente integrantes das forças armadas — a romperem com o governo. Machado, que está escondida desde a eleição contestada do ano passado, afirmou que “trinta milhões de venezuelanos” se levantam contra o que classificou como um “regime criminoso”.

Em mensagem enviada pelo aplicativo X, Machado disse que a história e o povo julgarão os aliados do chavismo e pediu que escolham ser “heróis, não criminosos”. Ela também saudou as ações dos EUA, que, segundo ela, enfraquecem o apoio ao governo Maduro e expõem a Venezuela como “ameaça à segurança nacional americana”.

As declarações de ambos os lados evidenciam o clima de escalada política e militar na região, marcado pelo assassinato recente de autoridades locais e pela pressão internacional crescente sobre o governo chavista. Analistas alertam que a retórica mais dura amplia o risco de novos confrontos diplomáticos.