Maduro afirma que Venezuela vai “recuperar Essequibo” e Guiana já prepara defesa

Atualizado em 4 de dezembro de 2023 às 18:01
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, após referendo para anexação de Essequibo. Foto: reprodução

Nesta segunda-feira (4), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou a intenção de “construir consensos” enquanto reafirma o desejo de “recuperar Essequibo”, uma região disputada há mais de 100 anos com a Guiana. No mesmo dia, Bharrat Jagdeo, vice-presidente da Guiana, expressou preocupação e anunciou esforços para reforçar a “cooperação de defesa” diante da situação.

O referendo realizado no domingo (4) na Venezuela teve 95% dos votos a favor da incorporação de Essequibo ao território venezuelano, mas a estratégia do regime chavista ainda não está clara, pois o governo não é obrigado a executar o resultado da votação.

Bharrat Jagdeo, vice-presidente da Guiana. Foto: reprodução

Jagdeo destacou que, embora Maduro tenha afirmado a outros presidentes que não pretende invadir a Guiana, o governo guianense não confia nessas garantias. “Precisamos estar preparados, não podemos baixar a guarda. Os líderes venezuelanos já mostraram que são imprevisíveis”, alertou.

Sobre a “cooperação de defesa”, o vice-presidente guianense explicou: “Estamos trabalhando com nossos parceiros para reforçar a cooperação de defesa para, caso aconteça o pior, possamos defender nosso país. Não somos beligerantes e não vamos ameaçar a Venezuela, estamos agindo preventivamente em capacidade de defesa”.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos expressou apoio a uma resolução pacífica da disputa, destacando que a questão não pode ser determinada por um referendo. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, assegurou que “não há o que temer”, enquanto o ministro do Trabalho, Deodat Indar, reiterou a não tolerância a qualquer invasão do território guianense.

A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Gisela Padovan, afirmou que o país espera uma “solução pacífica” e está em diálogo com ambas as nações. “É um assunto interno. Nós estamos falando em alto nível com os dois países e esperamos que a situação seja pacífica. Isso é o que nós queremos”, concluiu Padovan.

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