Maduro reage a Trump e acusa CIA de planejar golpes na América Latina

Atualizado em 15 de outubro de 2025 às 21:10
Montagem de fotos de Nicolás Maduro e Donald Trump de perfil, se olhando
Os presidentes da Venezuela e dos EUA, Nicolás Maduro e Donald Trump – Reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um discurso nesta quarta-feira (15) em defesa da paz na América Latina e no Caribe, respondendo à declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que confirmou ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas em território venezuelano.

Em pronunciamento a uma comissão de soberania nacional, Maduro acusou Washington de promover “golpes de Estado orquestrados pela CIA” e mencionou os desaparecimentos durante ditaduras apoiadas por governos norte-americanos.

“Não aos golpes de Estado dados pela CIA, que tanto nos lembram os 30 mil desaparecidos pela CIA nos golpes de Estado contra a Argentina (…) Até quando golpes de Estado da CIA? A América Latina não os quer, não os necessita e os repudia”, afirmou o presidente venezuelano. Desde agosto, o governo de Trump envia navios de guerra ao Caribe sob a justificativa de combater o tráfico de drogas, enquanto Caracas denuncia ações militares ilegais.

O republicano declarou mais cedo que autoriza a CIA a promover a derrubada do presidente venezuelano, abrindo inclusive a possibilidade de prisão ou assassinato de Maduro.

Durante evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, Maduro disse que não haverá mudança de regime na Venezuela, “como aconteceu no Afeganistão e na Líbia, nem golpe de Estado, como a CIA promoveu no Chile ou na Argentina”. O líder esquerdista reforçou que a prioridade do governo é preservar a integridade territorial e evitar qualquer intervenção estrangeira.

A líder golpista María Corina Machado, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e aliada de Edmundo González Urrutia, declarou à CNN que Maduro “declarou guerra” aos venezuelanos após as eleições de 2024. “Maduro decidiu declarar guerra ao povo venezuelano, uma guerra que nós não queríamos”, disse. Ela pediu ajuda a Trump para “parar essa guerra”, alegando que “isso envolve vidas humanas”.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.