
A morte de Millena Brandão, atriz mirim de 11 anos, gerou comoção e levantou questionamentos sobre o atendimento médico recebido pela menina em unidades de saúde em São Paulo. Após passar por três unidades de saúde – uma UPA e dois hospitais estaduais – a causa da morte da jovem ainda não foi confirmada, mas a família critica as falhas nos atendimentos.
Millena começou a sentir fortes dores na cabeça, sonolência e falta de apetite no dia 24 de abril e foi atendida inicialmente na UPA Maria Antonieta. No hospital, foi diagnosticada com infecção urinária e recebeu medicamentos como antibióticos e analgésicos. No entanto, a dor persistiu e a menina foi encaminhada ao Hospital Geral do Grajaú, onde uma tomografia revelou uma massa de 5 cm no cérebro.
Apesar da gravidade do quadro, a família relata que não houve uma investigação mais aprofundada sobre o que estava acontecendo com Millena. “Ela estava com dor de cabeça e os médicos disseram que era dengue, mas não fizeram exames”, lembrou Thays Brandão, mãe de Millena. A situação piorou quando a menina teve paradas cardíacas durante o atendimento no hospital.
A mãe de Millena também relata que, em uma das consultas, uma enfermeira zombou da dor da filha. “Ela falou para não gritar, que não ia passar”, disse Thays, que ficou ainda mais frustrada com a falta de resposta dos médicos. Mesmo com a piora do estado de saúde, Millena foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde finalmente foi diagnosticada com uma massa no cérebro, mas ainda não foi possível determinar se era um tumor, cisto ou coágulo.

O caso gerou críticas sobre a demora em fazer os exames adequados e a falta de especialistas em algumas unidades de saúde. A família acredita que, se a menina tivesse sido encaminhada mais rapidamente para o Hospital das Clínicas, onde há neurologistas, a situação poderia ter sido diferente.
Em estado gravíssimo, Millena sofreu 13 paradas cardiorrespiratórias. Por fim, foi diagnosticada com morte encefálica. A família tomou a difícil decisão de desligar os aparelhos que mantinham a menina viva, após os médicos confirmarem a irreversibilidade do quadro.
As Secretarias da Saúde municipal e estadual de São Paulo abriram investigações para apurar o atendimento recebido por Millena nas unidades de saúde. Ambas as secretarias lamentaram a morte e afirmaram que tomarão as medidas necessárias para esclarecer as falhas no atendimento.
O velório de Millena Brandão será aberto ao público e começará às 7h00 deste domingo (4), no cemitério Campo Grande, na zona sul da cidade. O sepultamento está marcado para às 11h00.
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