Mãe de Daniel Silveira, que pediu desculpas pelo filho em carta a Moraes, chama ministro de “Xandão do PCC” nas redes

Atualizado em 16 de julho de 2021 às 13:17
Daniel Silveira e sua mãe, Matildes

Dona Matildes Silveira, mãe do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso desde 24 de junho, enviou uma carta manuscrita ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo desculpas pela atitude do filho.

Réu no Supremo, Silveira está detido por violar o uso da tornozeleira eletrônica. O bolsonarista era monitorado pela Justiça, em casa, depois de publicar vídeo em que atacava a corte e defendia o AI-5, ato de repressão mais duro da ditadura.

Na carta, assinada em 11 de julho, Matildes Silveira declara que a atitude do filho é “digna de repúdio e em nada contribui para um debate democrático e respeitoso”, além de exaltar o STF por ser “a última barreira entre a justiça e a injustiça”.

Ela ainda explica a Moraes que resolveu escrever-lhe uma carta pois “jamais passou panos quentes nas falhas cometidas” pelo deputado ao longo da vida.

Mas as publicações de Matildes nas redes sociais revelam que ela compartilha dos mesmos ideais que o bolsonarista preso.

Um post desta quinta-feira (15), quatro dias após o envio da carta, reproduz uma fala da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) em que o ministro do STF é chamado de “Xandão do PCC”.

Matildes Silveira chama Moraes do “Xandão do PCC” nas redes sociais

Em meio a receitas de bolo e frases bíblicas, o Facebook da mulher contém publicações que defendem a prisão de Moraes e uma intervenção militar no Supremo.

“Meu sonho seria acordar amanhã cedo com a notícia: ‘O Exército acaba de invadir o STF'”, diz um post.

Outro pede a prisão do ministro e o acusa de cometer “crime permanente de tortura”.

Na carta a Alexandre de Moraes, a mãe de Silveira diz ainda que ele foi criado com “amor, carinho e educação” e que “a falta de urbanidade, o desrespeito e a deselegância (com que tratou os ministros e a democracia) não condiz com os ensinamentos familiares que foram passados a ele”.

A cara de pau da mulher é tão grande que ela convida o ministro para “um dia, quem sabe, tomar um café pessoalmente, para uma conversa sobre dias melhores”.

Em 2020, ela foi candidata a vereadora pelo PSL por Petrópolis (RJ), sob a alcunha de ‘Tia Matildes’, e recebeu míseros 158 votos.

‘Tia Matildes’ foi candidata a vereadora em 2020 pelo PSL