Mãe de policial morto em massacre culpa Cláudio Castro: “Aquele infeliz”

Atualizado em 31 de outubro de 2025 às 12:17
Débora Velloso Cabral e o filho, o policial civil Rodrigo, que morreu em massacre no Rio. Foto: Reprodução

A dor e a revolta marcaram o sepultamento do policial civil Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, morto com um tiro na nuca durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A ação, deflagrada na terça (28), é considerada a mais letal da história do estado.

Durante o velório, realizado nesta quarta (29) no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, Zona Norte, a mãe do policial, Débora Velloso Cabral, fez um desabafo e detonou o governador bolsonarista do estado, Cláudio Castro (PL).

“Aquele infeliz do Cláudio Castro sabia que os policiais não tinham condição de encarar o CV. Meu filho só tinha 40 dias de corporação”, disse, emocionada. Débora contou que soube da morte do filho enquanto via televisão.

“Meu coração apertou quando falaram que um policial morreu. Quando apareceu o nome dele no noticiário, entrei em desespero. Antes de ir, ele disse: ‘Mamãe, te amo. Volto em breve’. Meu filho era amor, meu filho era sorriso”, afirmou.

Veja trecho da entrevista da mãe:

A mãe criticou a forma como o governo estadual conduziu a operação e afirmou que os agentes foram enviados sem o suporte necessário. “Os bandidos encurralaram ele, assim como o delegado. Eles sabiam que estavam indo para uma emboscada. Não havia preparo, não havia estrutura”, lamentou.

O velório reuniu cerca de 150 pessoas, entre familiares, colegas da 39ª DP (Pavuna) e autoridades das forças de segurança. “Meu filho era amor, meu filho era sorriso, meu filho era feliz, meu filho era amigo de todos que estão aqui”, disse Débora sobre o policial

Pétalas foram lançadas de um helicóptero sobre o caixão em homenagem ao policial, que havia ingressado na corporação há pouco mais de um mês.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.