“Máfia do Spotify”: artistas pagam para ter músicas no topo das plataformas digitais

Atualizado em 14 de março de 2024 às 11:52
Logo do Spotify. (Foto: Reprodução)

O ramo musical está passando por mudanças significativas com o avanço da tecnologia. Agora, a tendência é usar robôs, conhecidos como bots, para impulsionar artistas menos conhecidos ao topo do Spotify.

Esses bots atuam como ouvintes fantasmas, reproduzindo músicas específicas para aumentar o número de streams. De acordo com o Portal Leo Dias, essas fazendas digitais conseguem elevar artistas até 92 posições no streaming em apenas um dia.

Para alcançar esses números impressionantes, os artistas precisam investir. Segundo fontes, alguns chegam a gastar R$ 50 mil para obter 1 milhão de reproduções. Para manter-se no topo das listas, desembolsam até R$ 200 mil por mês para conquistar 4 milhões de streams.

Grandes nomes do mercado investem milhões nessa prática, porém nem sempre obtêm os resultados desejados. Muitas vezes, as músicas não alcançam o público o suficiente para figurarem entre as mais ouvidas do Spotify.

A dupla Zé Neto & Cristiano criticou essa prática, afirmando que ela tem gerado problemas e que é uma forma de pirataria digital. Eles destacaram a estranheza de ver artistas subindo rapidamente nas listas de reprodução.

A dupla de cantores sertanejos Zé Neto e Cristiano. (Foto: Reprodução)

“Antigamente, era disco, era disco, então não tinha como enganar. Mas aí veio a pirataria, que estragou o disco. Agora, isso tá acabando com o mercado digital. Isso é uma pirataria digital. Então, para nós não é interessante ter um mercado de tráfego digital”, defendeu Zé Neto.

A discussão sobre ética e os impactos no mercado fonográfico aumentou, especialmente após artistas subirem rapidamente nos charts do Spotify. Críticos apontam que essa prática distorce e influencia o algoritmo das plataformas.

Um dos aplicativos em destaque é o AstroPlay, que oferece aos usuários a oportunidade de ganhar dinheiro ao reproduzir músicas. No entanto, o uso dessa tecnologia levanta questões sobre a criação de “sucessos fake” e a equidade na distribuição de royalties entre os artistas.

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