O MASP tem batido recordes de visitação este ano e está sendo muito frequentada a exposição História da Sexualidade, que passou de classificação restritiva para maiores de 18 anos para classificação indicativa para maiores de 18 anos.
A mudança atendeu a uma sugestão do Ministério Público, que não viu razões para a proibição aos menores de 18 anos, embora a temática seja a sexualidade e haja obras com nus.
As organizações medievais, como o MBL, ameaçaram realizar protestos, mas não houve nada significativo até agora na porta do museu.
Uma visita ao acervo mais importante do Hemisfério Sul, que inclui a exposição permanente, conta a história de como a arte quebra tabus e provoca a reflexão.
Há no acervo permanente, por exemplo, um quadro de Giampietrino, da Lombardia, pintado por volta de 1500. Mostra a Virgem amamentando o Menino e São João Batista criança em adoração.
Se hoje os ignorantes (ou mal intencionados, que querem desviar o olhar da Nação, posto na corrupção, para a arte que dizem ser imoral) se escandalizariam com esse quadro, que mostra um seio belíssimo da Virgem, com o mamilo róseo de fora, imagine-se à época.
(Em pleno século XXI, surge a notícia de que o senador Magno Malta, que faz política conectado à pauta supostamente evangélica, conseguiu aprovar a condução coercitiva de um ator que se apresentou em instalação no MAM nu, como em praias brasileiras).
A arte seguiu adiante, como seguirá, para deleite da humanidade. Os ignorantes (ou mal intencionados) passaram. Mas seu espírito de quando em quando volta, para nos atormentar.