
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, que já destinou R$ 7 bilhões para ações de conservação e restauração florestal no Brasil desde 2023.
O volume representa o maior investimento da história do banco no setor e combina instrumentos de crédito, garantias, concessões e apoio produtivo, com foco na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento da bioeconomia. De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os recursos aplicados já resultaram no plantio de 280 milhões de árvores, na recuperação de 168 mil hectares e na geração de 70 mil empregos.
O impacto ambiental é equivalente à captura de 54 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o mesmo que três anos sem carros circulando na cidade de São Paulo. “O restauro florestal é uma tecnologia que o Brasil domina. Ela recupera biodiversidade, gera renda e transforma a vida de comunidades inteiras”, disse Mercadante no evento.
A iniciativa integra programas como o Floresta Viva, Arco da Restauração e Restaura Amazônia, que utilizam recursos do Fundo Amazônia e de parcerias com empresas como a Petrobras.
Segundo o BNDES, as ações estão presentes em todos os biomas brasileiros e fortalecem cadeias produtivas sustentáveis, como o extrativismo de açaí, castanha e cacau, além de incentivar contratos de carbono para financiar projetos de longo prazo.

Na Amazônia, o programa Arco da Restauração, lançado em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente na COP28, já movimentou R$ 2,4 bilhões em menos de dois anos. O Restaura Amazônia, com R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis, apoia sistemas agroflorestais e projetos de recomposição em terras indígenas, assentamentos e unidades de conservação.
Ao todo, 45 projetos já foram selecionados, abrangendo 39 terras indígenas e 80 assentamentos rurais. Outra frente do banco é o BNDES Florestas Inovação, que destina R$ 30,8 milhões, em parceria com a Embrapa e a UFSCar, ao desenvolvimento de tecnologias para o manejo de espécies nativas.
A pesquisa inclui desde o melhoramento genético até métodos de silvicultura sustentável, reforçando a integração entre ciência e produção florestal.
O BNDES também ampliou a oferta de crédito pelo Fundo Clima, que já aprovou R$ 1,9 bilhão para 14 projetos de restauração e manejo sustentável, alavancando R$ 5,7 bilhões em investimentos privados. Essa estrutura, segundo o banco, cria um modelo de financiamento de baixo carbono capaz de unir inovação, retorno econômico e inclusão social.
Para Mercadante, o Brasil está preparado para liderar uma nova etapa da economia verde, conciliando desenvolvimento e preservação. “Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração. Mostramos que é possível restaurar o planeta e gerar riqueza a partir da floresta”, declarou.