Maior empresa de defesa da Europa quer negociar venda de drones à FAB

Atualizado em 9 de agosto de 2025 às 10:08
John Stocker, diretor da BAE Systems, maior empresa de tecnologia militar fora dos EUA. Fotomontagem

Em entrevista à Veja, John Stocker, diretor-geral para as Américas da britânica BAE Systems — maior empresa global de defesa com sede fora dos Estados Unidos — apresentou os planos da companhia para expandir sua atuação no Brasil. Com presença de mais de 100 anos no país e parcerias com empresas como Embraer e Emgepron, a multinacional quer fabricar no Brasil o blindado CV90 para o Exército e oferecer à Força Aérea drones e tecnologias de combate de sexta geração. Stocker reforçou que o Brasil é visto como mercado estratégico e que a BAE busca ampliar parcerias industriais e exportações. Confira trechos:

Como estão os negócios da BAE Systems com o Brasil, quais contratos estão em andamento e o que está sendo discutido sobre a continuação da parceria?
Temos uma parceria histórica com o Brasil que remonta a mais de um século. Atuamos com empresas como a Embraer, no avião C-390, e a Emgepron, em munição. Também investimos no projeto de mobilidade aérea urbana da Eve, da Embraer. Entre nossos fornecimentos estão o navio NAM Atlântico, navios da classe Amazonas, veículos M113 e obuseiros M109 para o Exército, além de veículos anfíbios para o Corpo de Fuzileiros Navais. Nosso objetivo é ampliar a atuação no país, firmando mais parcerias locais e aumentando as exportações brasileiras.

Mantis, drone da BAE Systems. Foto: Robert Frola

Quais são as perspectivas de negócios com a Aeronáutica?
Já fornecemos várias aeronaves à Força Aérea Brasileira ao longo dos anos e estamos prontos para apoiá-la novamente. Vemos oportunidades de cooperação com a Marinha em navios e sistemas embarcados, além de oferecer à FAB sistemas aéreos não tripulados e capacidades de combate de sexta geração.

E com o Exército?
Há potencial para ampliar a cooperação em artilharia leve e veículos de combate de infantaria e tanques leves. O CV90 é uma opção forte e, caso seja escolhido no processo em andamento, planejamos construí-lo no Brasil, replicando modelos adotados na República Tcheca e na Eslováquia, onde a indústria local participa diretamente da produção.