Maioria do STF contra Eduardo obriga clã Bolsonaro a decidir sobre 2026; entenda

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 7:56
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

A pressão sobre o clã Bolsonaro para definir seu papel na eleição de 2026 aumentou após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria, na última sexta-feira (14), para tornar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) réu. Com informações do Globo.

O colegiado aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o parlamentar de coação no curso do processo por atuar nos Estados Unidos para impulsionar sanções contra autoridades brasileiras — ação que, segundo a acusação, buscava interferir no julgamento que resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

O avanço do cerco judicial reacendeu cobranças da centro-direita por uma definição sobre 2026. Para esse grupo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o nome mais competitivo para enfrentar o presidente Lula (PT), mas o clã Bolsonaro tenta manter a família na disputa.

Jair Bolsonaro evita declarar apoio explícito a qualquer filho, enquanto Eduardo, após o resultado no STF, passou a endossar publicamente a candidatura do irmão Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Mensagens republicadas pelo “Bananinha” no X sugerem a escolha de Flávio como sucessor de seu pai. Uma dessas mensagens, do golpista Paulo Figueiredo, afirmava que Flávio e Eduardo “atendem o requisito” de uma candidatura que “represente o nosso movimento e não algo escolhido pelo Centrão e o STF”.

Outra mensagem republicada pelo deputado na sexta-feira sugeria que os “isentões (…) que hoje forçam uma candidatura de algum apadrinhado por (Gilberto) Kassab e Ciro (Nogueira)” poderiam não apoiar Flávio em uma disputa contra Lula.

O mesmo perfil também teceu críticas à movimentação dos caciques de PSD e PP, que já endossaram publicamente uma candidatura de Tarcísio, e defendia a presença do “sobrenome Bolsonaro nas urnas” em 2026.

STF vê “gravidade” na conduta de Eduardo

O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pelo recebimento da denúncia e foi acompanhado por Flávio Dino e Cristiano Zanin, restando apenas o voto de Cármen Lúcia. O julgamento segue no plenário virtual até 25 de novembro.

Moraes afirmou que a PGR detalhou “a conduta criminosa” do deputado. Segundo o voto, a “grave ameaça” teria se materializado na articulação por sanções dos EUA contra o Brasil, incluindo tarifas de exportação, suspensão de vistos e aplicação da Lei Magnitsky ao próprio ministro.

Segundo a PGR, Eduardo e Paulo Figueiredo teriam atuado para tumultuar o processo no STF que condenou Jair Bolsonaro. A acusação contra Figueiredo foi desmembrada e será analisada separadamente.

Com a maioria já formada, será aberta ação penal contra Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos e não apresentou resposta à acusação. A Defensoria Pública da União faz sua defesa no processo.