
A aprovação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), subiu 10 pontos percentuais após a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada neste domingo (2). O índice, que era de 43% em agosto, chegou a 53% no fim de outubro, enquanto a desaprovação caiu de 41% para 40%. O grupo que não soube responder recuou de 16% para 7%.
O aumento ocorre apesar de 52% dos moradores do estado afirmarem se sentir menos seguros após a operação — apenas 35% disseram se sentir mais protegidos. Mesmo assim, a percepção de que o governo “agiu contra o crime organizado” foi predominante entre os entrevistados. A ação, considerada a mais letal da história do país, foi amplamente divulgada e consolidou a imagem de Castro como defensor de uma política de segurança pública mais dura.
De acordo com o levantamento, a segurança pública foi o principal fator de melhora na popularidade do governador. A avaliação positiva nessa área subiu de 22% para 39%, enquanto a negativa caiu de 45% para 34%, e a regular, de 33% para 27%. A pesquisa foi realizada nos dias 30 e 31 de outubro, com 1.500 entrevistas presenciais em todo o estado, e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Apesar da melhora na imagem de Castro, o governo federal não apresentou variação significativa no mesmo período. A desaprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio subiu levemente de 62% para 64%, enquanto a aprovação caiu de 37% para 34%. Segundo a Quaest, 53% dos entrevistados avaliam que o governo Lula “não tem ajudado” os estados no combate ao crime organizado, e 24% dizem que ajuda pouco.
Em termos de percepção política, a maioria dos fluminenses afirmou acreditar que a motivação da operação foi “combater o crime organizado”, e não “ganhar popularidade”. Essa leitura reforça o impacto positivo da ação na avaliação do governo estadual, mesmo com o aumento da sensação de insegurança após o episódio.
A pesquisa confirma a tendência já indicada por outros levantamentos, como o Datafolha, de que a violência e o discurso de força policial continuam sendo fatores decisivos na opinião pública fluminense. O resultado pode influenciar diretamente o cenário eleitoral de 2026, consolidando Castro como o principal nome do campo bolsonarista no estado.