
Citado no depoimento à CPI de Cristiano Carvalho, representante da Davati, o major da reserva das Forças Armadas, Hardaleson de Araújo Oliveira, já respondeu processo por violência doméstica na Justiça de Brasília.
Ele é presidente de Honra da extinta SENAR, que agora é chamada de SENAH (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários). Hardaleson é muito amigo do reverendo Amilton Gomes de Oliveira, dirigente da Senah, e aparece em fotos nas negociações para a compra de vacinas superfaturadas.
Os dois estiveram no Ministério da Saúde, conforme imagens publicadas nas redes sociais no dia 4 de março de 2021, “para articulação mundial em busca de vacinas”, segundo o reverendo.
Estavam acompanhados de Luiz Paulo Dominghetti, PM de Minas que entregou o esquema de propina.
Segundo o processo de número 2017.01.1.033846-3, que corre sob segredo de Justiça, em 2017 Damiana da Silveira Camboim registrou um boletim de ocorrência contra Hardaleson por violência doméstica.
A partir daí, o caso foi para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e caiu nas mãos da juíza Jorgina de Oliveira Silva Rosa.
O réu pediu que o processo corresse em segredo de justiça e, por causa disso, não é possível acessar se houve alguma decisão. Em 2018, no entanto, o amigo do reverendo Amilton havia solicitado a absolvição sumária, mas que acabou sendo negado pela magistrada.

“Ademais, nenhuma das alegações se enquadram nas hipóteses autorizadoras de absolvição sumária, previstas no art. 397 do CPP. Presentes os indícios da prática do crime e sua autoria, deixo de acolher o pedido de absolvição formulado e reconheço a justa causa para o prosseguimento da ação penal. Designe-se data para audiência de instrução e julgamento”, diz trecho da decisão, datado de maio daquele ano.
Em uma postagem de 30 de março do ano passado, no site da Senah, Hardaleson fez o seguinte comentário: “Mais uma importante e memorável iniciativa do Rev. Dr. Amilton Gomes de Paula, Embaixador da Paz, a quem desde já tributo menções elogiosas e meus contínuos agradecimentos, juntamente com a virtuosa Artista Plástica Ray di Castro, pela belíssima noite cívico-artística na qual pudemos desfrutar da Brilhante ‘Exposição Religare’, tendo inclusive nesse momento de sua abertura, a interpretação/execução do nosso Pujante Hino Nacional Brasileiro. PARABÉNS a Todos!”
Na CPI, Cristiano Carvalho contou que o major participou da oferta por imunizantes. Não relatou seu papel no episódio de oferta paralelas de 400 milhões de doses de vacina.
Hardaleson é cantor gospel e já deu uma palinha em protesto de 30 de maio a favor de Bolsonaro cantando o Hino Nacional desgraçadamente desafinado.