O major do Exército João Paulo da Costa Araújo, que foi preso preventivamente no ano passado por desobediência após fazer campanha para Jair Bolsonaro (PL), foi condenado a dois anos de prisão. A decisão foi tomada no último dia 10 pela Justiça Militar da União em primeira instância. As informações são da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
Araújo foi preso preventivamente em maio de 2022 em Teresina (PI) por ter feito campanha política nas redes sociais e desrespeitado ordens superiores. Ele fez pelo menos 90 postagens no Instagram a favor de Bolsonaro, então candidato à reeleição.
O major chegou a nomear seu perfil na rede social de “político” e era pré-candidato a deputado federal pelo PL no Piauí. Ele não foi eleito.
A Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público Militar contra Araújo e tornou o militar réu por desobediência.
De acordo com o MP, Araújo descumpriu as ordens superiores “não só uma ou duas vezes, mas sim por 47 vezes”. O major do Exército “ignorou de forma veemente a ordem emanada pelo Comandante da 10ª Região Militar, acabando por ofender os princípios basilares de hierarquia e disciplina”.
O militar foi condenado em dois julgamentos na última semana. Um pelo Conselho Especial de Justiça, formado por um juiz federal e quatro militares, por se recusar a apagar os vídeos partidários que havia postado. E o outro processo foi por ter ignorado ordens militares.
“O réu permaneceu publicando vídeos e postagens sobre o tema, ultrajando as ordens emanadas por seus superiores e ocasionando prejuízo à hierarquia e disciplina militares”, escreveu o juiz da 10ª Circunscrição Judiciária Militar, Rodolfo Menezes.