Major Olímpio estava no Paraguai em dia chave do escândalo de Itaipu

Atualizado em 18 de setembro de 2019 às 14:54
Alexandre Giordano, Bolsonaro, Marcos Pontes e Major Olímpio. Foto: Reprodução/ Instagram

Enquanto a mídia brasileira silencia, o jornal paraguaio ABC Color deu nova matéria sobre o escândalo de Itaipu e seus tentáculos que alcançam os Bolsonaros: 

O influente senador brasileiro Major Olímpio (Partido Social Liberal, de Jair Bolsonaro) esteve no Paraguai em 11 de abril data da primeira reunião entre os ministérios das Relações Exteriores do Paraguai e do Brasil para discutir o acordo bilateral.

Seu suplente é Alexandre Giordano, que invocou a família presidencial brasileira nas negociações da empresa LEROS.

O nome de Major Olímpio não diria muito não fosse ele o senador mais influente do PSL, do círculo próximo de Jair Bolsonaro e se seu substituto não fosse Alexandre Giordano, que intermediou com Joselo Rodríguez González – que invocou o vice-presidente Hugo Velázquez – as negociações da ANDE com o grupo LEROS.

O senador major Olímpio entrou no Paraguai na manhã daquele dia quinta-feira, 11 de abril, em um voo da TAM de São Paulo e deu as coordenadas da embaixada brasileira no Paraguai.

Nesse mesmo dia, foi realizada a primeira reunião chave para acertar as atas de Itaipu, ANDE e Eletrobras. O site brasileiro Agencia Sportlight acessou um relatório de março deste ano de Carlos Alberto Simas, ex-embaixador brasileiro no Paraguai. Relatou que o senador major Olímpio estaria no Paraguai de 10 a 12 de abril. (…)

Naquele dia, ocorreu o PRIMEIRO encontro chave entre paraguaios e brasileiros na sede de Itaipú, em Hernandarias, composto pelas delegações de ambos os países.

Segundo os jornalistas da Agência Sportlight do Brasil, “um romance policial teria dito que o personagem principal estava no local quando tudo aconteceu”.

Após a reunião de diplomatas do Ministério das Relações Exteriores em 11 de abril, tudo estava praticamente organizado. (…)

Consultado pela Agência Sportlight, o senador Major Olímpio disse que veio ao Paraguai para participar de um “encontro de Católicos com responsabilidades políticas a serviço dos povos latino-americanos do cone sul”, realizado no centro de Marianela (Atyrá).

Segundo ele, participou de uma reunião chamada “O que os políticos dizem aos pastores”.

Também admitiu ter estado com o ex-ministro da Justiça do Paraguai, Julio Javier Ríos “para discutir questões relacionadas à segurança pública nos dois países”. (…)

Alexandre Giordano, suplente do senador, foi quem conduziu as negociações no Paraguai para a compra do excedente de energia de Itaipu.

O empresário esteve no Planalto, sede do executivo brasileiro, em 27 de fevereiro, um dia após Jair Bolsonaro se encontrar com Mario Abdo Benítez em Itaipú.

Joselo Rodríguez disse ao então presidente da ANDE, Pedro Ferreira, que os empresários haviam sido enviados pela própria família Bolsonaro.

“Eles vêm em nome da família presidencial do país vizinho”, escreveu o advogado que disse que era consultor do vice-presidente Hugo Velázquez e pediu a Ferreira uma reunião em 5 de junho.