Malafaia chora na Paulista e acusa STF de perseguição religiosa

Atualizado em 7 de setembro de 2025 às 17:34
Malafaia em manifestação. Foto: Reprodução

O pastor evangélico Silas Malafaia usou o ato bolsonarista deste domingo (7) na avenida Paulista para reforçar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em discurso inflamado, disse ser alvo de perseguição do ministro Alexandre de Moraes e chamou Lula de “traidor da pátria”. O evento reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e teve como bandeira a defesa da anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Malafaia afirmou que sofre retaliações por apoiar Bolsonaro, citando a apreensão de seu passaporte, celular e cadernos pessoais em operação da Polícia Federal. Ele classificou as investigações como perseguição religiosa e acusou Moraes de agir como “ditador de toga”. “É crime dar opinião? É crime influenciar? Nós somos seres sociais”, questionou o pastor diante do público.

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo também usou o palanque para criticar a movimentação de partidos de direita em busca de nomes alternativos a Bolsonaro para 2026. “Que história é essa de dizer que A, B ou C é candidato da direita? Calem a boca”, disse, em recado a aliados que discutem uma eventual sucessão.

No encerramento de sua fala, Malafaia elevou o tom emocional e se dirigiu diretamente a Bolsonaro, enquanto uma música lenta tocava ao fundo. Ele citou as restrições judiciais impostas ao ex-presidente, como a tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais, e afirmou que o país vive sob uma democracia “falseada”. Michelle Bolsonaro chorou durante o discurso.

As investigações da Polícia Federal apontam que Malafaia atuou em articulação com outros investigados na tentativa de coagir ministros do STF e difundir narrativas falsas sobre o processo da trama golpista. Mensagens obtidas pela PF mostram ainda críticas do pastor a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamou de “babaca” e “estúpido”, por ter articulado nos EUA a sobretaxa de 50% imposta pelo governo Donald Trump ao Brasil.

Apesar das acusações e do inquérito em andamento, Malafaia reafirmou sua lealdade a Bolsonaro e atacou líderes religiosos que, segundo ele, se mantêm em silêncio diante do que considera perseguição. “Sou aliado, não alienado nem bolsominion”, disse o pastor, reforçando que seguirá mobilizado contra o STF e em defesa do ex-presidente.