O Corinthians vive dias tensos. Nesta segunda-feira (24), o clube teve sua primeira reunião de conselho desde a contratação de Cuca, novo técnico do time masculino, que chegou sob muitos protestos de parte da torcida alvinegra por conta de uma condenação na Suíça por estupro contra uma menina de 13 anos em 1987.
O conselheiro Manoel Evangelista, o Mané da Carne, que recentemente foi processado pela primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, por comentários misóginos, novamente se envolveu em um assunto polêmico.
Durante a reunião, que aprovou as contas do atual presidente, Duílio Monteiro Alves, em um momento de tensão o conselheiro Luís Ricardo, conhecido no clube como “Seedorf”,foi vítima de injúria racial por parte de Mané da Carne. “Em um dado momento, um conselheiro estava falando e o Mané falando em cima. Pedi para ele deixar o Rubens (o outro conselheiro) falar e ele me respondeu: ‘Cala a boca, neguinho, vai tomar no seu c…’. Neste meio tempo eu pedi a entrada da polícia e ele saiu da reunião no carro de alguém. Eu vou à delagacia abrir um boletim de ocorrência”, afirmou Luís, na saída do clube social do Corinthians, na Zona Leste de São Paulo.
O ato de injúria racial foi confirmado por outros conselheiros presentes na reunião, ouvidos pela reportagem do DCM. Luis prestou queixa contra Mané da Carne no 30º Distrito Policial de São Paulo, localizado no bairro do Tatuapé.
Não é a primeira vez que Mané da Carne se envolve em casos de ofensas contra colegas do alvinegro. Em novembro de 2021, a também conselheira Analu Tomé denunciou um diálogo no grupo do conselho corinthiano no aplicativo WhatsApp. Na frase, Mané da Carne chamou de “bobagens” o que a conselheira escreveu no grupo e sugeriu que ela “arrume um tanque de roupa para se divertir”.
Em junho do ano passado, a também conselheira Suzy Miranda Sanchez denunciou ameaças de agressão de Mané da Carne, que proferiu as seguintes frases: “Estou de saco cheio da senhora, sim, só fala merda! Qualquer dia ainda vou te quebrar na porrada”. Acrescentou: “Mulher tem que tomar porrada para a aprender a ficar de boca fechada.”
Em ambos os casos, o Conselho de Ética alvinegro, comandado por André Luiz de Oliveira, aliado político de Mané de Carne, arquivou as acusações, alegando que ofensas pelo WhatsApp não configuravam quebra de decoro. Agora, com um caso dentro de uma reunião, as coisas podem ser diferentes.
Mané da Carne, André Luiz, também conhecido como “André Negão” e o presidente Duílio Monteiro Alves fazem parte do grupo político “Renovação & Transparência”, que comanda a política corinthiana desde 2007.