
O desembargador Silmar Fernandes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), declarou neste domingo, 6, que a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) poderá ser cassada antes do segundo turno caso seja confirmada a falsificação do laudo médico que vincula Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína.
“Havendo irregularidade, qualquer candidato pode ser cassado entre o primeiro e o segundo turno, depois do segundo turno e depois do diploma. Vai depender do tipo de ação, das provas produzidas. Pode ocorrer a qualquer momento. Quem desrespeita a legislação, tem punição. Ela pode demorar, mas ela chega”, disse o desembargador em uma coletiva de imprensa após as votações.
O presidente do TRE-SP optou por não discutir os detalhes do caso ou adiantar um veredito, dado que estará presente no julgamento.
“Eu não posso avaliar porque não sei o que vai acontecer. Eu não sei nem se o laudo é falso ou se não é. Isso já está judicializado. Existe inquérito policial instaurado, existem medidas judiciais tomadas pelo juiz de garantias. Nós vamos apurar. Como qualquer cidadão nesse País, se cometeu um crime, vai responder por isso.”
Silmar Fernandes, após o fechamento das urnas às 17h, desceu do gabinete para interagir com os jornalistas presentes no TRE. Ele afirmou que o primeiro turno ocorreu “melhor do que o esperado”.
“Tudo dentro da normalidade. As pessoas exerceram o seu voto. Não houve confusão, não houve atrito”, declarou.
Marçal (PRTB) sofreu uma série de reveses políticos e legais após a divulgação do laudo fake na noite de sexta-feira (4). Sua conta no Instagram foi suspensa por decisão judicial e uma tentativa de criar um novo perfil na mesma rede social também foi rapidamente bloqueada pela Justiça no mesmo dia.
Além disso, passou a ser objeto de investigação pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu que o influenciador esclarecesse suas publicações na plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), também suspensa pelo magistrado, dentro de 24 horas.
Investigações realizadas nas horas seguintes à acusação feita por Marçal contra Boulos revelaram que o documento apresentado havia sido adulterado, e uma análise pericial realizada pelo Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou a falsificação no final da tarde de sábado (5).
A ação de Marçal foi criticada até mesmo por rivais políticos de Boulos. Enquanto isso, o influenciador tentou minimizar a situação, alegando que apenas recebeu e compartilhou o laudo em sua rede social.