Marçal recua e almoçará com dirigente do PRTB suspeito de elo com PCC

Atualizado em 3 de setembro de 2024 às 22:47

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, está programado para participar de um almoço nesta quarta-feira (4/9) com o presidente do partido, Leonardo Avalanche, que enfrenta acusações de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de candidatos a vereador do partido. O objetivo do encontro é discutir estratégias de marketing digital.

A reunião, anunciada pela assessoria de Marçal no início da noite de terça-feira (3/9), deve acontecer em um restaurante no Tatuapé, zona leste da cidade. O convite para o evento foi feito por Avalanche.

Pouco depois de divulgar a presença de Avalanche no evento, a equipe de Marçal emitiu um novo comunicado, sem mencionar o presidente do partido. Quando questionada, a assessoria do candidato afirmou que a participação de Avalanche ainda não está confirmada.

Este seria o primeiro evento da campanha de Pablo Marçal com a presença de Avalanche. Devido às suspeitas de envolvimento com o crime organizado, aliados do influenciador acreditam que seria mais prudente manter distância.

O último encontro público entre Marçal e Avalanche ocorreu na convenção do PRTB em 4 de agosto. Desde então, Marçal tem bravateado que “se afastou” do presidente do partido e pediu apoio para “limpar o PRTB”.

“Eu decidi me afastar dele pessoalmente porque é desconfortável responder sobre essas questões [suspeitas envolvendo o PCC]”, comentou Marçal durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (2/9).

De acordo com áudios divulgados pela Folha, em fevereiro deste ano, Leonardo Avalanche mencionou a um colega de partido que mantinha relações com membros do PCC. O encontro teria ocorrido em um restaurante de beira de estrada em São Paulo, e Avalanche estava tentando demonstrar sua influência sobre autoridades.

Na gravação, Avalanche também afirma ter sido responsável por “liberar” André do Rap, um dos líderes do PCC que estava foragido desde 2020, após uma decisão do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello.