Marco Aurélio Mello isenta Bolsonaro e culpa STF por terrorismo em Brasília

Atualizado em 9 de janeiro de 2023 às 8:04
Ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello – Foto: Nelson Jr. / SCO / STF

O ex-decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou ao Globo que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem culpa sobre a invasão protagonizada por seus simpatizantes ao Congresso Nacional, neste domingo (8). Ele também culpou o Supremo pelos atos.

Marco Aurélio questionou onde esteve o Estado e por qual motivo não previu e não tomou as providências cabíveis para evitar a invasão. O Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto foram atacados.

“Estou estarrecido e a única indagação que faço é: onde esteve o Estado que não previu isso e não tomou as providências cabíveis? Refiro-me ao Estado como um grande todo, não apenas ao governo do Distrito Federal. É algo impensável ter o STF depredado, ter o Congresso Nacional depredado, como ocorreu. Vamos fechar o Brasil para balanço”, afirmou.

“Não lembra o Capitólio porque foi muito pior do que houve no Capitólio. Lá teve resistência. E a repercussão internacional aqui é péssima. A insegurança jurídica é total para o Brasil. O que investidor estrangeiro vai pensar disso aqui? Que é uma república das bananas”.

O ex-ministro do STF evitou responsabilizar o ex-presidente pelos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília. “Os responsáveis estão no Brasil, no território nacional, considerando as forças repressivas, as Forças Armadas. Bolsonaro não tem o domínio dessas forças que estão na rua. Ele não tem culpa, está a quantos quilômetros daqui?”, questionou.

Ele também apontou o dedo e culpou o próprio Supremo: “Falhou todo mundo, e começou a falha no próprio STF, quando ressuscitaram politicamente o ex-presidente Lula, dando o dito pelo não dito, quando enterraram a Lava Jato, quando declararam a suspeição do Sergio Moro, que veio a ser resgatado politicamente pelo Estado do Paraná. O que começa errado, nós aprendemos quando garotos, não acaba bem”.

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