“Maricas”: O que vem por aí é muito pior do que o teatro dos adoradores da morte. Por Fernando Brito

Atualizado em 11 de novembro de 2020 às 11:38
Cenas dos leitos de UTI  Foto Jonne Roriz/Veja

Originalmente publicado em TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

Já com certo enfado, os “pitis” de Donald Trump ainda seguram as manchetes do dia no mundo e, aqui, a criminosa atitude da Anvisa em suspende o teste da vacina chinesa e a ameaça de Bolsonaro de fazer Joe Binden sentir “o cheiro de pólvora” garantem igual teor de nonsense aos nossos jornais.

Mas o que vem por aí é pior, muito pior, do que o teatro dos adoradores da morte, prontos para nos acusar de sermos “um país de maricas”

Hoje, muito provavelmente, teremos um recorde de perdas de vidas para a Covid-19 no mundo e não vai levar muito tempo para que os números, que vêm sendo sonegados com a desculpa de “problemas nos computadores” do Ministério da Saúde mostrem que, no Brasil, já se registra um preocupante crescimento no número de casos da doença.

O número de casos novos diários na Europa, segundo a Reuters, chegou a 280 mil , alta de 10% em relação à semana anterior e as mortes já somam 300 mil. Nos EUA, número de infecções diárias ficou em 202 mil e também o número de hospitalizações de contaminados aumentou para 61.694 internados, a maior marca já registrada.

Até agora, tem sido possível “fazer de conta” que a vida voltou ao normal e as notícias sobre o sucesso das pesquisas sobre vacinas fazem da Covid-19 um problema que se dissolve.

É o contrário disso e é simplesmente impossível que, além das perdas humanas, a economia mundial não sinta o impacto de uma segunda onda da pandemia, mais grave que a primeira.