
O coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, marido da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), está em Israel sem previsão de retorno ao Brasil e teve suas contas bancárias e aposentadoria bloqueadas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assim que chegou ao país. A informação foi confirmada pelo advogado do casal, Fábio Pagnozzi, que criticou a medida judicial.
“Aginaldo está em Israel e sem previsão de voltar ao Brasil. Ele está meio assustado. Recebeu com muita indignação [a decisão de Alexandre de Moraes de congelar as contas]. A aposentadoria dele foi bloqueada em 100%”, afirmou Pagnozzi.
O advogado classificou a decisão como “bizarra”, questionando: “Bloqueia 100% e ele come o quê? Morre de fome? O que eles fazem é enforcar parentes e amigos próximos para que essas pessoas não aguentem. É uma tática medieval”.
Ex-comandante da Força Nacional e ex-secretário de Segurança Pública de Caucaia (CE), Aginaldo deixou o Brasil para acompanhar Zambelli, que estava foragida na Itália desde junho. A deputada foi presa em Roma no dia 29 de julho e atualmente cumpre prisão preventiva no presídio feminino Rebibbia, que abriga 369 detentas, quase cem a mais que sua capacidade total.

A Corte de Apelação de Roma determinou em 1º de agosto que Zambelli permaneça presa durante o processo de extradição para o Brasil, que pode durar entre um e dois anos. Na primeira audiência, realizada a portas fechadas pelo juiz Aldo Morgigni, a defesa da parlamentar pediu sem sucesso a conversão para prisão domiciliar.
“Sustentamos que ela não pretende fugir e que veio para a Itália justamente porque confia na Justiça italiana. Não tem nenhum perigo de fuga”, argumentou o advogado italiano Sammarco durante a sessão.
Na próxima quarta-feira (13), uma nova audiência na Justiça italiana deve designar um perito para avaliar o estado de saúde da deputada. A defesa apresentará um relatório médico de 80 páginas sobre as condições de Zambelli, na tentativa de obter a transferência para regime menos rigoroso.
O Supremo Tribunal Federal não se manifestou sobre as medidas contra Aginaldo de Oliveira, já que o processo corre em sigilo. A decisão de bloquear os recursos do ex-policial militar ocorreu logo após sua chegada a Israel, onde permanece sem perspectivas de retorno ao Brasil.