A vereadora Marielle Franco (PSOL) fiscalizava a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro na época em que foi assassinada em 2018. Ela era relatora da comissão na Câmara dos Vereadores que acompanhava a medida, chefiada pelo general Walter Souza Braga Netto.
Além de ser responsável por acompanhar a ação dos militares e dar um parecer final sobre a intervenção, ela já havia se manifestado contra a medida antes de assumir o posto. Cerca de um mês antes de sua morte, ela denunciou que policiais militares estava “aterrorizando”, “violentando” e “ameaçando moradores” de Acari (RJ). “Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, afirmou na ocasião.
Nesta terça (12), militares que integraram o Gabinete de Intervenção Federal no Rio em 2018 e empresários foram alvos de operação deflagrada pela Polícia Federal para investigar supostas fraudes nas verbas da medida. Braga Netto é um dos investigados e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
Ao fim da intervenção no Rio, em janeiro de 2019, ele deu uma entrevista e foi questionado sobre o assassinato de Marielle. Na ocasião, ele já era ministro ministro da Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que “poderia ter anunciado quem acha que foi” o assassino.
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