O hacker Walter Delgatti Neto, durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (17), disse que, em uma reunião com assessores de campanha de Jair Bolsonaro foi aconselhado a criar um “código-fonte falso” para imputar supostas fragilidades e falhas no sistema das urnas eletrônicas. O encontro em questão teria ocorrido em Outubro do ano passado.
A sugestão teria partido do marqueteiro Duda Lima, em uma reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outras pessoas ligadas à parlamentar.
“A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito. E que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro”, disse Delgatti.
“O código-fonte da urna, eu faria o meu, não o do TSE. Só mostrando, a população vendo que é possível apertar um voto e imprimir outro. Era essa a ideia”.
Questionado pela relatora da Comissão, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o hacker reafirmou que não chegou a operar com o código-fonte original do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e que a ideia da criação de um outro código veio de Duda Lima.
“Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. E nesse código-fonte, eu inserisse essas linhas, que eles chamam de ‘código malicioso’, porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição”, afirmou.
Delgatti está preso desde o início de agosto. Ele foi detido em operação da Polícia Federal (PF), que também contou com buscas e apreensões em endereços ligados a Zambelli.
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