Massacre do Rio: mortos não aparecem na denúncia do MP que motivou a operação

Atualizado em 31 de outubro de 2025 às 21:22
Mulher chorando perto de corpos de mortos em operação policial
Pessoas chorando por mortes na Penha – Tomaz Silva/Agência Brasil

Nenhum dos nomes entre os 99 mortos na megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão aparece na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O documento, obtido nesta sexta-feira (31), é a base do processo que motivou a ação policial, que resultou em 121 mortos, incluindo quatro agentes de segurança. A Polícia Civil divulgou uma lista parcial de óbitos, mas não detalhou quem são os mortos. Com informações do UOL.

A denúncia do Ministério Público lista 69 réus e originou a expedição de 48 mandados de prisão preventiva. Porém, nenhum dos investigados está entre os mortos da operação. As autoridades não informaram quantos desses alvos seguem foragidos. A lista completa dos 113 presos também não foi divulgada.

Entre os mortos, ao menos 39 vieram de outros estados. A maior concentração é do Pará, com 18 mortos. Também há registros de sete pessoas do Amazonas, seis da Bahia, quatro do Ceará, quatro de Goiás, três do Espírito Santo, além de mortos da Paraíba e de Mato Grosso. As polícias estaduais mantêm articulação com investigações locais.

Constam na lista de mortos chefes do tráfico de Manaus, Feira de Santana e cidades do estado de Goiás. A identidade dos líderes não foi divulgada oficialmente, e os estados de origem estão sob conferência das polícias envolvidas. A investigação cruza dados de inteligência para confirmar rotas e conexões entre facções.

Claudio Castro sério, no canto esquerdo da foto, sem olhar para a câmera, de roupa social azul
Claudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro – Reprodução

Entre os mortos, 42 tinham mandados de prisão pendentes em processos já existentes. Outros 30 não tinham registros anteriores com as forças de segurança. A polícia informou que os cruzamentos de antecedentes continuam, e que novos registros podem surgir à medida que os mortos forem identificados.

A operação cumpriu apenas 20 dos mais de cem mandados previstos inicialmente. Os outros 93 presos foram detidos em flagrante, em circunstâncias ligadas ao tráfico de drogas, posse ilegal de armas e outros crimes associados. Os mandados foram expedidos pelas Justiças do Rio de Janeiro e do Pará, que cooperam com investigações de facções interestaduais.

Entre os 113 presos, 33 são de outros estados. Além disso, 10 adolescentes foram apreendidos durante a operação, sendo encaminhados ao Ministério Público para avaliação de medidas socioeducativas. A Polícia Civil afirmou que ainda não divulgará os nomes dos detidos, alegando sigilo investigativo.

As autoridades reforçaram que novas identificações podem alterar o balanço oficial nos próximos dias. O processo de reconhecimento segue em andamento, envolvendo apoio de equipes forenses, bancos de dados criminais e análise de impressões digitais. Outras atualizações deverão ser divulgadas conforme a investigação evoluir.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.