Mauro Cid tentou acessar e-mail da Presidência 99 vezes após ser bloqueado

Atualizado em 10 de agosto de 2023 às 18:16
Tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento na CPMI do 8 de janeiro. Foto: Bruno Spada

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou acessar seu email funcional mesmo após a conta ser bloqueada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um planilha entregue pela Casa Civil à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, aponta que ocorreram 99 tentativas de acesso após o dia 15 de março, quando o login de Cid foi bloqueado. O último registro é de 17 de março, às 11h16. O documento foi obtido pelo jornal Folha de S.Paulo.

O governo ainda informou à CPMI que o e-mail de Cid foi acessado mais de 500 vezes em 2023, quando Bolsonaro já havia deixado o posto de presidente. A planilha mostra que o usuário maurocbc (iniciais de Mauro César Barbosa Cid) fez 99 tentativas em três dias após a conta ser desativada.

As informações foram entregues após a comissão questionar a Presidência sobre “quando ocorreram acessos ao e-mail no período após 31/12/2022 e o nome dos eventuais responsáveis pelo login”.

Segundo a Casa Civil, durante o período, “constam registros de validação das credenciais do agente público mencionado na requisição [Cid], realizadas por meio dos servidores de rede que disponibilizam o acesso via internet ao serviço de correio eletrônico”.

Antes do bloqueio do e-mail, Cid chegou a receber mensagens com os roteiros de viagem de Lula e de sua equipe de segurança. As mensagens recebidas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em 2023 também mostram nomes dos responsáveis pela coordenação da segurança de eventos com a presença do petista.

A Casa Civil reconheceu que bloqueou o acesso de Cid ao e-mail funcional “com atraso”. A pasta disse à CPI que estava com número insuficiente de funcionários para desativar rapidamente o login de mais de 1.000 servidores exonerados após o fim da gestão Bolsonaro.

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