
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, embarca esta semana diretamente de Roma para Washington para se reunir com o secretário de Estado estadunidense, Marco Rubio. A saída imediata de Roma sucede a participação do chanceler na comitiva do presidente Lula (PT) ao Vaticano e tem como objetivo tratar, em primeira mão, da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Com informações do Estadão.
A programação ainda não foi oficialmente confirmada, mas fontes do Itamaraty e do Departamento de Estado indicam que equipes técnicas das duas pastas acompanharão os encontros.
Na pauta, dizem representantes do governo brasileiro, estarão o fim do chamado “tarifaço” sobre produtos brasileiros e a retirada de sanções aplicadas a autoridades nacionais com base na Lei Magnitsky, além de questões econômicas e comerciais mais amplas.
Também devem ser abordados temas estratégicos, como um possível acordo na exploração de minerais críticos (com foco em reservas de terras raras), a regulação de big techs no Brasil e desdobramentos regionais, como a crise na Venezuela. Parte da equipe do chanceler já se deslocou de Brasília a Washington para preparar a reunião, que tende a ter caráter técnico-político.

O convite para o encontro foi feito por Rubio após um telefonema entre Lula e o presidente Donald Trump, em que o brasileiro pediu a revogação da sobretaxa de 40% aplicada a exportações brasileiras. Segundo relatos, Rubio conversou por cerca de 15 minutos com Mauro Vieira e os interlocutores chegaram a combinar um encontro presencial para dar sequência às negociações.
A interlocução foi conduzida em espanhol, e a movimentação diplomática inclui, nos bastidores, contatos prévios com outras figuras, como o enviado especial Richard Grenell e o assessor Celso Amorim, que já mantiveram reuniões discretas em Nova York e no Rio.
Analistas ouvidos por veículos nacionais veem a viagem como uma etapa preparatória para um possível encontro entre Lula e Trump, que pode ocorrer na Cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, entre 26 e 27 de outubro, ou em outra data acordada. A sequência — telefonema presidencial, reunião entre chanceleres e, por fim, encontro de duração maior entre presidentes — indica esforço de ambos os lados para transformar um gesto diplomático inicial em avanços concretos nas relações bilaterais.
O Itamaraty afirma que as conversas prosseguem e que informações oficiais sobre horários e pauta serão divulgadas pelas autoridades competentes.