MBL convoca ato em Maringá (PR) na mesma data e local de evento do PT, chamando para o embate. Por Marcos Danhoni

Atualizado em 11 de janeiro de 2018 às 21:07
Convocação do Lions para ato pela prisão de Lula em Maringá (PR)

POR MARCOS DANHONI, professor titular da Universidade Estadual de Maringá

 

No dia 13 de janeiro, o PT criará em Maringá mais um Comitê em Defesa da Democracia.

Ao marcar a reunião, que ocorrerá no anfiteatro da Câmara Municipal, o MBL, juntamente com a ACIM (Associação Comercial e Industrial de Maringá), a maçonaria, o Rotary, o Lions e outras entidades conservadoras, resolveu partir para o embate.

O grupo agendou um protesto defendendo o “legado” de Sergio Moro — que é maringaense — em frente à Câmara. 

Andando pela cidade ontem, percebi uma movimentação inusual dentro e fora do prédio da ACIM e, em vários pontos, carros de som anunciavam o convite para que a população compareça, numa atitude de confronto aberto.

As entidades que promovem essa manifestação são as mesmas que saíram às ruas apoiando o impeachment. Os políticos, os mesmos também, muitos envolvidos em escândalos nebulosos.

Um dos mais irados MBListas que conclamam para o auto de fé é um vereador envolvido em irregularidades que a Câmara Municipal está levantando numa Comissão Processante pedida pelo próprio partido dele, o PV.

Para engrossar as fileiras da localidade que a Veja chamou de a “Dallas” do hemisfério sul (believe it or not), foi convocado um deputado federal que ficou marcado por seu discurso 100% anticomunista: o secretário de Segurança do governo Beto Richa, Francischini.

Todos devem se lembrar dele: comandou o massacre dos professores estaduais em 29 de abril de 2015 (com mais de 500 feridos), na Assembleia Legislativa, pondo os deputados da base aliada dentro de um camburão da polícia militar.

O PT ou qualquer outro partido tem liberdade de reunião. Bolsonaro visitou Maringá há alguns meses atrás e nada houve.

Em nome de uma suposta “defesa de Moro”, manifestantes liderados pelo MBL acreditam que, pela força, poderão barrar a diversidade e a pluralidade de ideias.

Dia 13 de janeiro, se a prefeitura de Maringá permitir que os fascistas se reúnam no mesmo dia e no mesmo local que o Comitê da Defesa da Democracia, e se houver feridos, saberemos qual é a autoria dos atos criminosos que eventualmente haverão de ocorrer.