MBL não se sente “seguro” para ir a atos contra Bolsonaro e isso é bom para a democracia

Atualizado em 20 de junho de 2021 às 16:44

O Movimento Brasil Livre se manifestou sobre a sua não participação nos atos contra o presidente Jair Bolsonaro, na tarde deste sábado (19). Segundo os principais líderes e simpatizantes do MBL, não há “segurança” para que os golpistas de direita que apearam Dilma do poder em 2016 participassem dos atos deste sábado.

Pedro Menezes, colunista do site InfoMoney, twittou sobre os atos: “Ainda sobre a ausência do centro e da direita nos protestos: há segurança pro MBL ir? Um seguidor perguntou no tuíte anterior e responderam praticamente “tem que dar porrada mesmo”. As lideranças da esquerda poderiam ajudar a neutralizar esse medo, que é razoável”.

Um dos principaís líderes do MBL, Ricardo Almeida, usou as respostas ao tweet de Menezes como desculpa para justificar a ausência do MBL nos protestos contra Bolsonaro, alegando uma suposta violência da esquerda. Almeida convenientemente esquece que, nos protestos ocorridos entre 2013 e 2016, partidos de esquerda e movimentos sociais foram agredidos, sob o lema “sem partido”.

“Olhem as respostas e vejam o esculacho que o camarada aí tá levando. Esquerda não quer conversa, amigo, os liberais precisam enfiar isso na cabeça de uma vez por todas e entender que cada um tá no seu quadrado, não tem diálogo, nem mãos dadas, nem pomba branca da paz”, escreveu Almeida.

A postura cínica do MBL em relação ao governo Bolsonaro foi criticada nas redes em inúmeras respostas aos tweets de Menezes e Almeida. Uma das respostas mais contundentes foi do empreendedor social @Omardeideais: “Se hoje poderosos se sentem no direito de assassinar lideranças é porque por anos o MBL ajudou a fomentar o ódio contra os movimentos sociais no país, isso corroborou para a ascensão de Bolsonaro ao poder. É bom mesmo que tenham medo de voltar às ruas, sabem que são culpados”.

Não é o primeiro evento no qual líderes do MBL, como Renan Almeida (foto) usam o golpismo para tirar vantagem. Em reportagem de Pedro Zambarda, o DCM mostrou como o MBL usou a proximidade com políticos e empresários de direita para criar a “Academia MBL”, um curso inspirado nas aulas de Olavo de Carvalho, para vender palestras com gente famosa a preço de ouro.

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