MEC: Com assinaturas necessárias, pressão por CPI aumenta após suspeita de interferência de Bolsonaro

Atualizado em 27 de junho de 2022 às 7:30
Pastores evangélicos no MEC
Ministério da Educação / Reprodução

Com o recolhimento de assinaturas a mais que o mínimo necessário, o Senado tem pressionado para criação de uma CPI sobre as suspeitas que envolvem o Ministério da Educação (MEC).

A ideia é ter força para pressionar o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a não segurar a instalação do colegiado, como fez com a CPI da Covid no ano passado, que só foi instalada por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal). O que dá a entender é que as suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações ajudaram a aumentar essa pressão sobre o chefe do Senado.

Os oposicionistas também tentam evitar que haja defecções de nomes que já assinaram a lista, como o do senador Alexandre Giordano (MDB-SP), um dos últimos a defender a criação da comissão investigativa, diz a Folha. Ao mesmo tempo, a bancada do governo tenta desidratar as intenções dos opositores sugerindo a instalação de CPI que investigue suspeitas relacionadas aos governos do PT.

A possibilidade de instalação de uma CPI do MEC ganhou força após a prisão, na última quarta-feira (22), do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, suspeito de beneficiar um balcão de negócios de pastores que gerenciava liberação de verbas da pasta. Até o momento, 28 senadores já assinaram o requerimento para que haja a CPI. O mínimo necessário é 27. A ideia é que o pedido seja protocolado nesta terça-feira (28).

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), um dos subscritores da CPI, afirma que há elementos suficientes para abertura da comissão. “Se os fatos trazidos há cerca de 60 dias já eram de gravidade que suscitariam instalação à época de uma CPI, mais ainda depois de termos nos deparado com novos episódios que corroboram aqueles que inicialmente se tornaram públicos.”, disse ele.

Vital disse acreditar que os indícios apontam que Bolsonaro pode ser incriminado. “Os áudios são muito graves. Caso se confirme que ele manteve contato para preparar o ex-ministro em relação a uma possível operação, isso pode caracterizar a figura típica do crime de responsabilidade”, afirma.

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