
O médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, que havia feito um comentário polêmico sobre o assassinato do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, pediu desculpas publicamente neste domingo (14). Em publicação nas redes sociais, ele classificou sua postagem como “infeliz” e alegou que o conteúdo teria sido manipulado e divulgado “fora de contexto”.
Barbosa afirmou que jamais teve a intenção de apoiar atos de violência e direcionou um pedido de desculpas à família de Kirk. “Montagens e sobreposições de imagens distorceram o conteúdo original, em nada condizendo com os princípios que sempre nortearam minha conduta pessoal e profissional: o respeito à vida e à ética”, escreveu.
O caso ganhou repercussão nos Estados Unidos depois que o médico publicou a frase: “um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”. A mensagem, interpretada como apologia ao assassinato, foi citada pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landeu, que anunciou a solicitação de cancelamento do visto de Barbosa no sábado (13).
O médico também declarou que ele e sua família passaram a receber ameaças de morte desde que a frase viralizou. “Muitas ameaças de morte. Temos print de tudo. Todas as pessoas serão denunciadas”, afirmou. Ele disse ainda que vai acionar a Justiça contra os responsáveis pelas mensagens e pelas supostas manipulações das imagens que circularam nas redes.

No Brasil, as consequências foram imediatas. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abriu sindicância para investigar a conduta ética de Barbosa. Uma clínica particular onde ele trabalhava também anunciou a rescisão de seu contrato, alegando incompatibilidade entre o episódio e os valores da instituição.
Charlie Kirk, de 31 anos, era fundador do grupo conservador Turning Point USA e foi morto com um disparo no pescoço durante uma palestra na Universidade de Utah Valley. O suspeito do crime, Tyler Robinson, foi preso dias depois. Segundo o FBI, munições apreendidas com ele traziam inscrições provocativas, incluindo referências à canção antifascista italiana “Bella Ciao”.
O médico brasileiro segue sob investigação no Brasil e nos EUA. Além do processo ético no Cremepe, Barbosa pode enfrentar consequências legais caso as autoridades norte-americanas confirmem que sua postagem configurou apoio público a um ato criminoso.