Megatraficante foge da PF em helicóptero; veja quem fazia parte da força paramilitar do criminoso

Atualizado em 4 de julho de 2023 às 17:43
Megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom. Foto: Reprodução

O megatraficante Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom, fugiu de helicóptero durante a tentativa de prisão articulada pela Polícia Federal (PF) e autoridades paraguaias, na última sexta-feira (30). Com informações do g1.

Motinha é o atual líder do chamado “clã Mota”, uma família que começou na criminalidade nos anos 1970. Ele é a terceira geração de uma organização criminosa que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.

Segundo uma fonte ligada à investigação, dois dias antes da ação a informação sobre a operação vazou e chegou a Dom. Ele estava em uma propriedade rural que se estende pelos dois países, entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Entre os recrutados pelo megatraficante está um sargento de uma tropa de elite da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, ex-militares brasileiros, um neonazista, dono de um clube de tiro e estrangeiros.

Os integrantes da milícia criada por Motinha, segundo a PF, possuem cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares. A PF suspeita que os estrangeiros já tenham atuado em conflitos no exterior e como seguranças contra piratas. Além dos seis suspeitos, outros cinco conseguiram fugir.

Na operação, apesar da fuga do traficante, foram presos seis suspeitos. Outros cinco conseguiram fugir.

Milícia criada pelo megatraficante Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom. foto: Reprodução

Veja abaixo quem são:

Ygor Nunes Nascimento (preso): Terceiro sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, estava lotado no DOF, tropa de elite da corporação que atua na região de fronteira. A própria Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal (PF), prendeu Ygor, dentro do quartel da unidade em Dourados. Ele foi transferido para o presídio militar em Campo Grande. Em nota, o DOF diz que o militar preso estava em estágio, que não integrava efetivamente a unidade, não usava o fardamento do departamento e nem fazia parte dos grupos operacionais, de inteligência ou administrativo.

Jefferson Gustavo Correa Honorato (preso): Jefferson foi preso. Ele é militar da reserva. Foi candidato a vereador nas eleições de 2020 na cidade Santa Luzia, em Minas Gerais, conforme registro do Tribunal Superior Eleitoral. Já participou, inclusive, de competições de tiro esportivo. Foi preso em Belo Horizonte.

Luis Guilherme Chaparro Fernandes (preso): Ele é conhecido como Lugui. Aparece como sócio-administrador de um escritório de arquitetura e móveis, em Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense que fica na fronteira seca com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ele foi preso na operação.

Iuri Silva de Gusmão, conhecido como Légio (preso): Em 2011 quando tinha somente 18 anos foi acusado de ser integrante de grupo neonazista que agredia homossexuais, negros, moradores de rua e outras minorias em Belo Horizonte (MG). Ele também foi preso na operação.

Wanderlei Cunha Júnior, conhecido como Yamma (preso): Wanderlei também é um dos presos. Ele se apresenta em rede social como ex-militar. Diz que tem Certificado para Serviços de proteção em Ambientes de Alto Risco como Empreiteiro Militar Privado, Operador de Proteção Corporativa, Atendimento Tático de Vítimas de Combate e Operador de Segurança Marítima. O perfil ainda ressalta que é instrutor de armas de fogo para revólveres e carabinas (do básico ao tático).

Victor Gabriel Gomes Guimarães Romeiro (preso): Conhecido como Preto, ele é sócio administrador da empresa Tigre Clube e Escola de Tiro, em Contagem, Minas Gerais. Ele foi preso na operação.

Alberto Florisbal Schonhofen (foragido): Aparece nos registros da Receita Federal como titular de uma empresa de comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Na cidade já foi conselheiro tutelar e trabalhou com escoteiros. Ele conseguiu fugir antes da ação da PF.

João Paulo Torres Veiga (foragido): Conhecido como Checheno. Também conseguiu fugir. Tem uma empresa de cobranças e informações cadastrais registrada em seu nome em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Giorgio Otta (foragido): O italiano expõe nas redes sociais fotos armado. Junto do brasileiro Wanderlei Cunha Junior, os parceiros do crime ostentam bebidas e posam com armas para fotos.

Nikolaos Kifanidis (foragido): É natural da Grécia. Especialista em segurança pessoal, nas redes sociais se apresenta como “operador” altamente qualificado para proteção individual. O grego é licenciado no uso de armas de fogo, incluindo as de alto calibre, em ostensivas no Oriente Médio e Ásia. Além da atuação com armamento, Kifanidis é especialista em artes marciais e autodefesa. Antes de vir para Mato Grosso do Sul e para o Paraguai, o grego tinha residência física em Londres.

Musat Corian Martel: (foragido): É romeno.

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