Menções negativas a Lula nas redes caem após chacina no Rio, diz pesquisa

Atualizado em 1 de novembro de 2025 às 10:36
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) conseguiu conter parte do desgaste nas redes sociais após a operação policial no Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos, a mais letal da história do país envolvendo forças policiais, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Dados da Datrix mostram que a negatividade nas menções ao petista caiu de quase 70% para 51,7% entre os dias 28 e 31 de outubro, indicando uma recuperação significativa na percepção digital do presidente.

A nota divulgada pelo governo e as declarações oficiais de Lula ajudaram a frear o tom negativo. No texto, o presidente defendeu um trabalho coordenado para atingir a espinha dorsal do tráfico “sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.

As críticas ao presidente, vindas da extrema-direita, continuam concentradas em acusações de omissão e em discursos que o associam a facções criminosas, com expressões como “Lula presidente dos traficantes” e menções à fala de que “traficante é vítima do usuário”.

O monitoramento da Datrix ainda aponta que o debate segue altamente polarizado, com a segurança pública se consolidando como um dos principais temas de disputa política nas redes.

Entre os oposicionistas, Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas se destacaram, respondendo juntos por cerca de 20% das menções no debate digital, a maioria delas positivas, o que reforça seus papéis como porta-vozes da narrativa contrária ao governo.

Resposta do governo

Como reação à crise, Lula enviou nesta sexta (31) o PL Antifacção à Câmara dos Deputados, como resposta ao crime organizado. A situação mobilizou o Palácio do Planalto e o próprio presidente a acelerar a análise do texto na Casa Civil.

O episódio do Rio virou foco de embate entre governo e oposição. Na véspera do anúncio do projeto, governadores de direita se reuniram na capital fluminense em apoio ao governador Cláudio Castro (PL). Estiveram presentes Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás. Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, participou de forma remota.

Integrantes do governo Lula acusam Castro de usar a megaoperação como moeda de campanha e aproveitaram o momento para cobrar a aprovação da PEC da Segurança, proposta pela gestão federal para o setor.

Policiais durante megaoperação que resultou em massacre no Rio. Foto: Jose Lucena/Estadão Conteúdo