
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, já admite nos bastidores que Jair Bolsonaro (PL) enfrentará uma condenação superior a 40 anos de prisão por sua participação no esquema golpista. A principal dúvida, segundo apurações da coluna de Andreza Matais no Metrópoles, é se o ex-presidente cumprirá a pena em regime fechado ou em prisão domiciliar.
O cenário mais provável, devido à sua idade e estado de saúde, é que ele siga o exemplo de Fernando Collor, que cumpre pena em casa, com vista para o mar em Maceió.

Apesar da pressão nas redes sociais por parte dos bolsonaristas, Mendonça não deve atuar para suspender ou impedir o andamento do processo conduzido por Alexandre de Moraes. A defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, tentou interromper o julgamento por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), mas a estratégia é considerada juridicamente errada e sem apoio, nem mesmo entre outros réus da investigação.
Mendonça, por sua vez, não tem poder para interferir na relatoria de Moraes, visto que o processo contra Bolsonaro tramita na Primeira Turma do STF, da qual ele não faz parte. Somente os ministros dessa turma podem revisar decisões de Moraes, e sempre de forma colegiada.
A ADI proposta por Filipe Martins tem grandes chances de fracassar, e o STF deve continuar avançando na responsabilização dos envolvidos na tentativa de golpe.