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Menino de 9 anos é xingado de “macaco” e “projeto de bandido” em escola

Garoto de nove anos vítima de racismo em Santos com sua mãe. Reprodução

A mãe de um estudante de 9 anos denunciou que o filho foi vítima de racismo dentro de uma escola municipal de Santos, no litoral paulista. A mãe do menino, Nayara Cristina Alves, afirmou que a criança foi xingada de “macaco”, “sujo”, “cabelo duro”, “projeto de bandido” e recebeu ordens para “comer banana”.

O caso ocorreu na Unidade Municipal de Educação (UME) Professor Waldery de Almeida, no bairro Jardim Santa Maria, onde Arthur Antonio estudava. Nayara registou um boletim de ocorrência por injúria racial no 5º Distrito Policial de Santos no dia 3 de outubro.

Segundo o documento, obtido pelo Metrópoles, a criança também sofria ameaças na escola municipal. “Eu vou matar você, sua mãe e todo mundo”, é uma das frases atribuídas aos agressores.

Nayara disse que as agressões contra o seu filho aconteciam desde o ano passado, mas de forma mais velada. O problema se intensificou na véspera do registro do boletim de ocorrência, quando a madrasta de um dos estudantes teria chamado Arthur de “projeto de bandido” e “delinquente”.

Unidade Municipal de Educação (UME) Professor Waldery de Almeida, no bairro Jardim Santa Maria, em Santos (SP). Foto: Reprodução

A mãe do estudante afirmou que começou a ser chamada para assinar várias advertências na escola envolvendo revides do seu filho. “Ele tentava responder aos ‘amigos’ à altura, como eu mesma ensinei quando ouvisse palavras como ‘macaco’, e várias vezes houve ocorrências”, contou.

No episódio mais recente, no dia 2 de outubro, a diretoria teria deixado o papel exposto para os outros pais que foram buscar seus filhos na unidade. Na ocasião, Nayara foi abordada pela madrasta de um dos alunos. “Você está criando um projeto de bandido, um delinquente, um burro”, teria dito a mulher.

Arthur Antonio foi transferido de escola após o episódio. “O meu filho estava com medo de ver ‘a mulher de novo’ e machucar ele. Chora nas madrugadas. Não aceita o tom de pele”, afirmou Nayara.

Em nota, a Prefeitura de Santos disse que “repudia qualquer ato de racismo” e que está tomando providências. “A Secretaria de Educação de Santos (Seduc) informa que a supervisão de ensino está apurando as informações e acompanhando o caso, para orientar a equipe gestora da escola sobre os procedimentos que devem ser tomados em relação aos estudantes”, disse o comunicado.

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Caroline Saiter

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Caroline Saiter

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