Menino do fedora vira rosto do roubo ao Louvre e transforma mistério em brincadeira viral

Atualizado em 9 de novembro de 2025 às 17:09
Pedro Elias Garzon Delvaux (à direita) passa enquanto policiais bloqueiam uma entrada do Louvre após ladrões realizarem um assalto em plena luz do dia Foto: AP Photo/Thibault Camus, File

A foto que rodou o mundo durante o roubo das joias da coroa no Museu do Louvre tinha um protagonista inesperado: um adolescente de 15 anos, Pedro Elias Garzon Delvaux, morador de Rambouillet, nos arredores de Paris. Vestido com um terno de três peças e um chapéu fedora, o jovem apareceu na imagem captada pela Associated Press logo após o assalto, alimentando teorias de que seria um detetive, um agente infiltrado ou até uma criação de inteligência artificial.

Pedro decidiu não se identificar imediatamente, deixando o mistério crescer. Fã de Sherlock Holmes, Hercule Poirot e de figuras históricas elegantes, ele contou que preferiu “deixar o suspense durar”. Enquanto isso, redes sociais do mundo inteiro especulavam sobre a identidade do “Homem do Fedora”, como ficou conhecido, até que familiares e amigos reconheceram sua mãe ao fundo da imagem.

O adolescente relatou que a foto foi tirada quando ele, a mãe e o avô tentavam visitar o museu, sem saber que o Louvre havia fechado por causa do roubo. Ao passar diante dos policiais que isolavam o local, foi fotografado sem perceber. Dias depois, descobriu que estava no The New York Times e que sua imagem somava milhões de visualizações.

Pedro Elias Garzon Delvaux durante uma entrevista para a Associated Press
Pedro Elias Garzon Delvaux durante uma entrevista para a Associated Press Foto: AP Photo/Thibault Camus

O estilo que chamou atenção não era fantasia: Pedro começou a se vestir com ternos, gravatas e peças clássicas no último ano, inspirado em figuras do século 20. O fedora, em particular, é uma homenagem ao herói francês da Resistência, Jean Moulin, e só é usado em ocasiões especiais, como visitas a museus. “Eu gosto de ser chique”, disse. “É assim que vou à escola.”

Para o adolescente, a viralização acabou virando parte da brincadeira. Ele abriu o perfil do Instagram ao público e começou a acompanhar a repercussão. Amigos passaram a imitá-lo na escola, e parentes de vários países enviaram mensagens. Pedro disse que se diverte com as interpretações e entende por que tanta gente o viu como um personagem de ficção. “Quando algo fora do comum acontece, você imagina alguém diferente.”

Hoje, com humor e naturalidade, ele encara o fenômeno. “Sou uma estrela”, afirmou, em tom de jogo. Sem pressa para definir o futuro, disse apenas que está curioso com o que virá — e não descarta convites inesperados: “Quem sabe filmes?”