
Um dos argumentos usados pelos apologistas do Estado mínimo é que, no Brasil, a máquina estatal é inchada e ineficiente. Esse discurso é falso, fruto dos interesses privatistas da elite brasileira. Na verdade, o Brasil tem MENOS servidores públicos que os Estados Unidos e diversos países da Europa.
É o que mostra o Atlas do Estado Brasileiro, plataforma do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que reúne dados sobre servidores públicos. A realidade é bem diferente. “É um verdadeiro mito essa concepção de explosão na força de trabalho do serviço público no Brasil. Uma simples comparação internacional mostra isso”, disse o pesquisador Félix Lopez, um dos coordenadores do Atlas, à Folha de São Paulo (01/08).
O Brasil tem 12,45% de trabalhadores atuando no setor público. O número é parecido com o do México (12,24%) mas é menor do que o dos EUA, que tem 13,55%. Deve-se levar em conta que estamos falando do país que é referência global de valorização da iniciativa privada.
Se comparado aos países europeus, a diferença aumenta: o Reino Unido tem 22,63% de servidores públicos e a França 20,28%.
Outro mito é que são todos ‘marajás’: MENTIRA! 70% destes trabalhadores ganham até R$5 mil e mais da metade recebe cerca de R$3.400 por mês.

Há injustiças e supersalários? Sim – e devem ser combatidos – mas são minoria.
A pandemia da Covid-19, somada à gestão nefasta de Bolsonaro, evidenciou a importância da atuação dos servidores para a defesa e garantia de serviços essenciais à população.
Valorizar e defender o serviço público de qualidade é defender direitos básicos para nosso povo!
*Chico Alencar é escritor, professor de História e deputado federal eleito pelo PSOL-RJ